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O Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), de Curitiba, é o primeiro hospital do sul do país a realizar a técnica de radioembolização para o tratamento de câncer hepático, que consiste na administração de pequenas particulas radioativas diretamente nos vasos sanguíneos que nutrem o tumor do fígado.O procedimento foi realizado pelos médicos Dr. Christian Bark Liu, coordenador da área de radiologia intervencionista do Serviço de Hemodinâmica do HNSG e Dr. Eduardo Woellner, do Serviço de Medicina Nuclear (CERMEN), sob a coordenação do médico Felipe Nasser, do Hospital Albert Einstein.

A radioembolização de tumor hepático é uma técnica minimamente invasiva utilizada no tratamento de tumores inoperáveis ou de pacientes com tumores que não apresentam resposta a outros tipos de tratamento, como a quimioterapia. O tratamento pode beneficiar pacientes com câncer primário do fígado – quando a doença tem origem dentro do próprio fígado; ou câncer metástico – quando surge de outros
órgãos. O acesso à arteria hepática é feito por uma pequena incisão na virilha do paciente. “Quando o cateter está posicionado no local, milhões de partículas esféricas de ítrio-90, também conhecido como Y-90 são injetadas, atingindo o tumor. Essas microesferas são minúsculas, alojam-se nos vasos sanguíneos e emitem radiação no local, destruindo as células cancerígenas”, explica Dr. Christian Bark Liu.

O procedimento é guiado por imagem, em tempo real, e normalmente demora em torno de 60 a 90 minutos. “A quantidade de partículas e a dose de radiação são previamente calculadas de maneira individualizada para cada paciente”, explica Dr. Eduardo Woellner . Ao término, o cateter é retirado e realiza-se um curativo no local da punção da pele, sem a necessidade de pontos. “Na maioria dos casos o paciente recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte”, comenta Dr. Christian.

O HNSG é referência no tratamento de doenças do fígado. Segundo o cirurgião geral e chefe do Serviço de Transplante Hepático, Dr. Eduardo Ramos, muitos fatores são importantes na decisão do melhor tratamento. “É necessário uma equipe multidisciplinar, com médicos de várias especialidades para decidir o que é melhor para cada paciente”, afirma.

Entre outros tratamentos realizados nesses pacientes estão a cirurgia para retirada do tumor, transplante de fígado, ablação térmica – destruição controlada do tumor através da punção com uma agulha; quimioembolização, quimioterapia e imunoterapia. O médico ainda explica que, devido à capacidade de regeneração do fígado, a radioembolização, além de tratar o tumor, induz o crescimento do fígado saudável.

“A radioembolização concentra-se em poupar o tecido normal do fígado da radiação e, ao mesmo tempo, fornecer as mais altas doses de radiação possíveis ao tumor, tornando-se mais uma ferramenta disponível no tratamento de câncer de fígado”, explica Dr. Eduardo Ramos