MARINA ESTARQUE

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Professores de escolas particulares de São Paulo decidiram nesta quarta-feira (23), em assembleia diante da sede do sindicato da categoria, fazer uma nova paralisação na terça-feira (29). 

A proposta de entrar em greve por três dias a partir de segunda-feira (28) foi derrotada, porque os professores avaliaram que precisam aumentar o movimento antes de paralisar totalmente.

Aproximadamente 3.000 professores e 34 escolas aderiram à paralisação, nesta quarta, com o objetivo de barrar a retirada de direitos da categoria, prevista em convenção coletiva. 

Colégios como o São Domingos, Equipe, Nossa Senhora das Graças, Vera Cruz e Santa Cruz suspenderam as aulas. Nessas escolas, pais e mães de alunos se mobilizaram, com abaixo-assinados, e devem participar de atos em apoio aos docentes.

A Federação dos Professores do Estado de São Paulo, que representa diferentes sindicatos dos professores, também realiza uma série de atividades como parte dos protestos nesta quarta. Uma aula pública ocorreu pela manhã na praça Elis Regina, no Butantã (zona oeste) e às 17 horas está prevista uma manifestação no vão livre do Masp (centro).

A assembleia foi realizada no início tarde, na sede do Sinpro-SP, que representa os professores de colégios privados da cidade. 

Além de professores, alunos também compareceram e ajudaram a fechar a rua Borges Lagoa, na Vila Clementino (zona sul), com faixas e um carro de som, por volta de 14h30.

Um professor do Santo Américo, Cláudio Sousa, foi um dos que propôs esperar para fazer a greve. “Para isso precisamos de um movimento de massa, precisamos engrossar o movimento, para aí sim ser vitoriosa”, disse.

Já o presidente do Sinpro-SP, Luiz Barbagli, acredita que o movimento já estava forte o suficiente para a paralisação total. “Eu penso que a greve seria o melhor caminho, mas precisamos respeitar a decisão da assembleia. A paralisação exige o mesmo dispêndio de energia e não faz os patrões sentarem à mesa para negociar”, diz.

Professores da rede pública também estiveram presentes na assembleia para apoiar o movimento. “Nós estamos juntos para derrotar essa patronal, assim como derrotamos a reforma previdência do Doria”, disse a professora Silvia Ferraro, 49. 

Uma professora de Belo Horizonte, onde os professores de escolas particulares fizeram uma greve, participou do ato. “A gente só conseguiu manter a negociação porque fizemos greve. É imprescindível a organização”, afirmou a professora Jessica Rocha, 29. 

Uma das diretoras da Apeosp (Sindicato dos professores estaduais de São Paulo) disse que o movimento “é conjunto”. “Nós, professores estaduais, apoiamos os professores de  escolas particulares, porque os patrões têm um mesmo plano de retirada de direitos e precarização, nas escolas públicas e privadas, por isso a luta tem que ser conjunta”, afirmou Marcela de Campos, 28, professora da rede estadual.