Henry Milleo – Cruzes para denunciar suicídios

O “Dia do Servidor Público”, comemorado nesta segunda-feira (28), foi marcado por manifestações de funcionários públicos, em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do Estado, no Centro Cívico. Um “cemitério” de cruzes foi montado pelo Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES/PR) para denunciar o alto índice de suicídios e o adoecimento da categorias, segundo a entidade.

De acordo com o FES, dados do Ministério da Saúde apontam que somente entre professores os suicídios aumentaram 15 vezes em 5 anos. Já os que relataram distúrbios mentais são mais de 75% numa pesquisa realizada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Nós não temos o direito de não perceber que o colega ao lado está adoecendo. São tempo difíceis onde a população está sendo colocada contra os servidores. Os nossos direitos estão sendo atacados, nossos salários reduzidos e o tempo de permanência na escola cada vez maior. Nesta lógica de se fazer mais com cada vez menos (dinheiro e mão de obra) o governo está sucateando a educação, a segurança, a saúde e todos os serviços de atendimento à população”, afirmou a coordenadora do FES, professora Marlei Fernandes de Carvalho.

Os servidores também protestaram contra medidas do governdo do Estado, como o recente fim da licença-prêmio do funcionalismo paranaense, aprovado há duas semanas pela Assembleia Legislativa, e sancionada pelo governador Ratinho Júnior (PSD). “Nós não somos privilegiados, somos trabalhadores que temos que nos unir sim, manifestar ou vamos perder ainda mais direitos que lutamos tanto para conseguir. Isso desmotiva, desvaloriza e adoece”, afirmou a representante do Sindicato dos Servidores do Judiciário (Sindijus), Andreia Ferreira.

Os sindicatos alegam ainda que nos dez meses de governo, Ratinho Jr não se reuniu com os representantes do funcionalismo – que estão sem reajuste salarial desde 2016 e acumulam perdas de 17% em relação à inflação do período. “Nós temos um quadro de gestão governamental que é extremamente desrespeitoso com os servidores públicos em geral e particularmente da educação. Então o adoecimento mental também se aprofunda por conta deste período de conjuntura governamental, o que é muito danoso”, disse o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão.