Franklin de Freitas

Cerca de duas mil pessoas, segundo a Polícia Militar (PM), organizadas pelos movimentos Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Lava Togas e Curitiba Contra Corrupção, protestam em Curitiba desde o fim da tarde desta terça-feira (3), pedindo a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a condenação dele em segunda instância.

Os protestos, realizados também em diversas cidades do país, antecedem em um dia o julgamento do habeas corpus do petista no STF (Supremo Tribunal Federal). Em Curitiba, um dos atos é realizado em frente à Justiça Federal, no bairro Ahú, e outro é no centro da cidade. A Avenida Anita Garibaldi, em frente ao prédio onde trabalha o juiz federal Sérgio Moro, responsável por processos da Operação Lava Jato, foi ocupada pelos manifestantes no fim da tarde. A PM acompanha o ato. O MBL estima que 7 mil pessoas participam dos atos. 

Coordenador estadual do MBL, Junior Ramos afirma que o planejamento das manifestações começou em meados de março. "Os movimentos não podem aceitar uma decisão contrária (à prisão em segunda instância). Não só Lula, mas vários outros vão acabar saíndo da prisão e pode complicar ainda mais a situação da Lava Jato. Uma manifestação popular para mostrar com a decisão do STF de rever o habeas corpus do Lula", diz. 

No Centro de Curitiba, outro protesto com a mesma reivindicação foi realizado pelo movimento Curitiba Contra Corrupção. O grupo, de cerca de 15 pessoas, levou um carro de som ao Calçadão da Rua XV de Novembro. Alguns dos manifestantes que estiveram no Ahú seguiram até a Boca Maldita no início da noite. 

O TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) condenou, em janeiro, o ex-presidente a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na semana passada, o tribunal manteve a condenação ao analisar recurso da defesa do petista.

O STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu uma liminar que proíbe a prisão do petista até esta quarta (4), quando julgará habeas corpus dele.

No campo oposto, grupos defenderão nas ruas a prisão do ex-presidente.

O Vem pra Rua convocou atos em mais de cem cidades do país.