RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – A qualidade das rodovias brasileiras apresentou melhora em 2018, mas mais da metade delas têm deficiências. É o que mostra a 22ª pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) sobre as rodovias, divulgada nesta quarta-feira (17) e que avaliou 107.161 quilômetros de estradas.

De acordo com a pesquisa, 57% das rodovias avaliadas possuem algum tipo de deficiência -35,2% estão regulares, 15,3% ruins e 6,5% péssimas- no pavimento, na sinalização ou na geometria. Isso equivale a 61.080 quilômetros do total analisado.

Embora mais da metade tenha problemas, o índice é inferior aos 61,8% apontados no levantamento do ano anterior e aos 58,2% de 2016.

Outros 33.669 quilômetros (31,4% do total) foram avaliados como bons e 12.412 quilômetros, ou 11,6% do total, como ótimos.

A pesquisa conclui que a região Norte apresenta as piores condições de infraestrutura, com 77,7% da extensão avaliada como regular, ruim ou péssima.

Já o Sudeste -que concentra a maioria das rodovias do país concedidas à iniciativa privada- tem 45,1% dos trechos com as mesmas avaliações, o mais baixo índice entre as cinco grandes regiões brasileiras.

No Centro-Oeste, o índice é de 59,9% de trechos regulares, ruins ou péssimos, à frente do Nordeste (58,3%) e do Sul (56,2%).

Fazem parte do estudo toda a malha federal pavimentada e os principais trechos de rodovias estaduais, também pavimentados. O objetivo, segundo a CNT, é que o estudo sirva de diagnóstico da malha rodoviária, identificando deficiências e registrando os pontos críticos, além de oferecer aos transportadores informações para que rotas sejam planejadas, entre outros pontos.

PÚBLICO X CONCEDIDO

Ainda conforme a pesquisa, as rodovias sob gestão concedida se destacam entre as mais bem conservadas do país.

Dos 19.598 quilômetros cedidos à iniciativa privada analisados, 8.349, ou 42,5% do total, têm estado geral ótimo, ante os 4,6% que estão nessa situação dos 87.563 quilômetros de vias sob gestão pública.

Entre as péssimas, a situação se repete: só 0,1% (10 quilômetros) teve avaliação péssima nas concedidas, enquanto nas públicas o índice chega a 8%.

Presidente da CNT, Clésio Andrade disse no estudo que o país precisa viver um novo ciclo de crescimento, e que é preciso redefinir prioridades que garantam a recuperação econômica e de empregos e a segurança.

MELHORES TRECHOS ]

O ranking das ligações rodoviárias mostra que os 21 melhores trechos do país estão concedidos à iniciativa privada -têm ao menos 80% da extensão formada por trechos concessionados. Desses, 16 foram avaliados como ótimos.

A ligação líder do ranking é a entre São Paulo-Limeira, que abrange a rodovia dos Bandeirantes e a Washington Luís. Ela é seguida pelos trechos Campinas-Jacareí e Bauru-Itirapina.

Apenas três dos 21 trechos não são exclusivos de rodovias que cortam São Paulo.