SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quase quatro anos depois de os corpos em decomposição de 71 imigrantes serem encontrados dentro de um caminhão frigorífico na Áustria, a Justiça da Hungria condenou nesta quinta-feira (20) à prisão perpétua os quatro principais traficantes da rede.


O tribunal de apelações de Szeged agravou as condenações a 25 anos de prisão ditadas em primeira instância , no ano passado, contra os quatro traficantes. A promotoria havia apelado, solicitando penas mais severas.


Em seu caminho para a Europa ocidental, as 71 vítimas, originárias de Síria, Iraque e Afeganistão, morreram em um compartimento que os traficantes se negaram a abrir. O episódio, ocorrido em agosto de 2015, chocou a opinião pública internacional, no momento do auge da crise dos refugiados.


Em outubro daquele ano, quase 130 imigrantes, a maioria crianças, foram descobertos em um caminhão frigorífico no principal posto da fronteira entre Bulgária e Turquia.O veículo teria como destino a Romênia.


Os imigrantes -30 homens, 33 mulheres e 58 crianças- estavam escondidos atrás de garrafas com água quente. Todos foram retirados do veículo com vida, e o motorista foi preso.


Os investigadores do caso na Áustria descobriram uma rede de traficantes liderada por Samsoor Lahoo, um afegão de 30 anos. Assim como seus dois principais cúmplices e o motorista do caminhão, todos búlgaros, Lahoo foi condenado à prisão perpétua.


Os outros 10 acusados foram condenados a penas que vão de quatro a oito anos de prisão.