No pão, com goiabada ou até mesmo puro, o queijo minas frescal agrada a muita gente. E tem até quem o inclua na dieta achando que se trata de um alimento muito saudável. Para avaliar a qualidade desse famoso queijo branco, a equipe da Proteste- Associação de Defesa do Consumidor levou o produto ao laboratório e descobriu: ele pode ter gordura demais e, além disso, trazer no rótulo informações que não traduzem a realidade. 

O produto Puríssimo (reduzido de sal), por exemplo, tem 47% a mais de sódio em comparação ao prometido no rótulo. Já outros dois queijos, o Quatá e o Keijobom, mostraram o contrário: têm bem menos sódio em relação ao informado na rotulagem. Se engana, entretanto, quem imagina ser essa uma boa notícia. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, quem adquire um produto tem o direito de ter informação clara e precisa sobre ele: mas, nesses casos, não foi isso o que vimos. 

Os demais apresentaram conformidade entre a quantidade de sódio declarada no rótulo e a encontrada nas análises. E outra conclusão a qual chegamos foi a seguinte: prefira sempre os que se declaram sem sal ou reduzido de sal.

Mesmo o Puríssimo (reduzido de sal), com 47% de sódio a mais do que o indicado no rótulo, traz menos desse mineral em sua composição (69 mg em uma fatia de 30 g) quando comparado aos tradicionais. No Ipanema, que, entre os avaliados, possui o maior teor de sódio, há 105 mg nessa mesma porção.  

Higiene — Nas amostras testadas não foi encontrada presença de amido, pelo menos nos queijos testados. Além disso, os produtos não apresentaram teor de umidade fora do limite da legislação.  

Os produtos também se saíram muito bem quanto à higiene. Não foram detectados micro-organismos prejudiciais à saúde nas amostras.  Foram analisados 10 amostras de queijos vendidos no mercado: Keijobom, Fazenda Bela Vista, Sol Brilhante (com redução de sal), Puríssimo, Tirolez, BalKis (Sem sal), Puríssimo (com redução de sal), Ipanema, Keijobom (sem sal) e Quatá.


Dados de gordura são errados

Informações erradas sobre a gordura total presente nos alimentos também foi encontrada nas amostras de queijo. Contudo, o quadro é mais grave: com exceção do Keijobom, os produtos mostraram ter mais gordura total do que a indicada na embalagem – e, em alguns casos, as discrepâncias foram enormes. 

No rótulo, uma fatia de 30 g do Puríssimo tem 4,7 g de gordura total. Pórem, foram encontrados em 30 g do produto 7,4 g de gordura total, uma diferença de 56%. 

E essa não é a única má notícia. Segundo a legislação do Ministério da Agricultura, o queijo minas é considerado um queijo semigordo. E, para ser classificado dessa forma, o porcentual de gordura na parte seca, ou seja, desconsiderando a umidade, deve variar de 25% a 44,9% em 100 g do produto.  

Porém, a análise apontou que, com exceção do Puríssimo (reduzido de sal), todos os produtos têm gordura na parte seca acima do estipulado para os queijos chamados semigordos. Ou seja: devido ao alto porcentual de gordura que possuem, os analisados seriam classificados como gordo ou extragordo. 

Isso significa que talvez o consumidor esteja ingerindo mais gordura do que imagina. Por isso, o queijo minas, como os demais deve ser consumido com moderação, seja devido ao sódio, seja devido à gordura. Se não consegue ficar sem esse delicioso quejin, pelo menos evite comer mais de duas fatias de 30 g por dia. E passe a incluir no cardápio queijos mais magros e saudáveis, como é o caso da ricota e do cottage. 


Como guardar o queijo

– Deixe o queijo fora da geladeira por pouco tempo. Só mesmo o período de consumi-lo. De preferência, guarde o produto em recipiente com tampa, evitando o contato com a atmosfera do refrigerador. E lembre-se: é importante escorrer todo o soro do queijo minas frescal.  

– Não congele o queijo. O frio intenso altera o aroma, o sabor e a textura. O ideal é comprar em pequena quantidade, para que o queijo seja consumido o quanto antes. 

– Na hora da compra, verifique sempre a data de validade. Observe também a aparência: fuja de produtos que apresentem cor, odor ou aspecto diferente do característico. Atenção ainda à temperatura de armazenamento, que deve estar em torno de 4°C.  

– Evite queijos vendidos a granel. Adquira peças pré-embaladas e certifique-se de que o produto possui o carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Isso garante que a indústria passa por fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ou de secretarias estaduais.   

– Coloque o queijo por último no carrinho do supermercado. Essa medida evita que o produto fique exposto a temperaturas elevadas e vale também para outros alimentos refrigerados ou congelados.

Fonte: Proteste – Associação de Defesa dos Consumidores