Jaelson Lucas / AEN /Arquivo

A gripe é uma infecção viral respiratória aguda e altamente contagiosa, podendo levar a complicações graves e ao óbito. A doença pode afetar indivíduos de todas as idades, sendo facilmente transmitida através da tosse, espirro e contato próximo com uma pessoa ou superfície contaminada. Os sintomas da gripe incluem febre/calafrios, tosse, dor de garganta, nariz entupido, dores musculares, dores de cabeça e fadiga.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), hospitalizações e óbitos ocorrem principalmente entre os grupos de alto risco — compostos por crianças menores de 5 anos, gestantes, portadores de doenças crônicas e idosos. Em todo o mundo, estima-se que epidemias anuais resultem em cerca de 3 a 5 milhões de casos de doença grave e cerca de 290 mil a 650 mil óbitos.

Importância da vacinação contra gripe todos os anos

A vacinação é a melhor medida de prevenção, de redução de complicações graves e de redução de óbitos relacionados a esta doença. Anualmente, a OMS emite recomendações sobre a composição das vacinas contra influenza, tanto para o hemisfério norte quanto para o hemisfério sul. Dr. Emersom Mesquita (CRM 5281409-1), infectologista e gerente médico de vacinas da GSK, explica a importância e o motivo dessas recomendações.

“Como acontece com outros vírus, o vírus influenza sofre pequenas modificações durante o processo de multiplicação. Na prática, essas modificações são uma forma de escapar à resposta imunológica gerada com a vacinação. Por este motivo, a OMS emite todos os anos recomendações para a composição das vacinas contra a gripe. Para 2022, a vacina foi formulada com as cepas de vírus influenza que foram sinalizadas pela OMS para este ano e aprovadas pela ANVISA. O objetivo destas recomendações é atualizar a composição dos imunizantes para acompanhar as modificações do vírus. Fica claro, assim, o motivo pelo qual a vacinação contra gripe deve ser realizada anualmente. Além disso, vale destacar também que a vacinação anual permite que a concentração de anticorpos, as moléculas protetoras do sistema imune, atinjam concentrações ideais”, explica o Dr. Emersom.

“Quem se vacinou no fim de 2021 deve se vacinar em 2022 novamente”, alerta o infectologista

“O incremento nos casos registrados ao final do ano de 2021 levou a uma procura adicional da vacina contra influenza por alguns indivíduos. Como destacamos, a composição da vacina de 2021 é diferente daquela atualmente disponível em 2022 e, portanto, mesmo aqueles indivíduos que tenham sido vacinados ao final de 2021 tem benefício em receber a nova formulação de 2022. Embora casos de influenza ocorram durante todo o ano, é preciso lembrarmos que a gripe possui comportamento sazonal, ou seja, a maior parte dos casos tende a se concentrar em um período específico do ano, no inverno. Por isso recomendamos idealmente a vacinação antes do início deste período, permitindo tempo ao organismo para montar uma reposta robusta de anticorpos contra a doença”, explica o Dr. Emersom.

A vacina contra influenza da GSK, Fluarix Tetra, é tetravalente, ou seja, oferece proteção contra dois tipos de influenza A (H1N1 e H3N2) e dois tipos de influenza B (Victoria e Yamagata), e está disponível na rede privada para indivíduos a partir de 6 meses de idade. Já a vacina trivalente, ou seja, aquela que oferece proteção contra dois tipos de influenza A (H1N1 e H3N2) e um tipo de influenza B (Victoria ou Yamagata), é fornecida gratuitamente pelo Ministério da Saúde nos postos de saúde de todo Brasil e tem como público-alvo: indivíduos a partir de 60 anos de idade ou mais; crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias); gestantes; mulheres até 45 dias após o parto (puérperas); profissionais da saúde; professores do ensino básico e superior; povos indígenas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso; trabalhadores portuários; forças de segurança e salvamento; forças armadas; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade; e funcionários do sistema prisional.

Além da vacinação, outras formas de prevenção da gripe incluem manter hábitos de higiene, como lavar bem e com frequência as mãos com água e sabão, e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

Mito sobre vacinação contra gripe

Um dos maiores mitos sobre a vacinação contra gripe é o de que a vacina causa a doença. 9 Contudo, esclarece Dr. Emersom, isso não é possível.

“O que impede que a vacina seja capaz de causar a doença é o fato desta ser composta por vírus inativado, ou seja, vírus que tiveram seu potencial de multiplicação eliminado. Na prática, algumas reações relacionadas à vacinação, como dor de cabeça e dor muscular, por exemplo, podem ser erroneamente confundidas com a gripe”, pontua.

Diferença entre gripe e resfriado

No resfriado, os sintomas, apesar de parecidos e comumente confundidos com os da gripe, são mais brandos e duram menos tempo.8 Neste caso, também se trata de uma doença respiratória, mas causada por vírus diferentes, como os rinovírus, os vírus parainfluenza e o vírus sincicial respiratório, que geralmente acometem crianças.8