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O Ministério Público do Paraná denunciou na Justiça a vereadora de Curitiba Fabiane Rosa (PSD), presa por participar de um suposto esquema de “rachadinhas” na Câmara Municipal. O MP acusa Fabiane de concussão e peculato. A denúncia atinge ainda outras três pessoas, entre elas o marido da vereadora, Jonatas Joaquim da Silva; Maria Carolina Brassanini Centa Brenner, e a empregada da vereadora, Anabela Marisa de Sousa Monteiro.

Desvio
A vereadora foi presa no último dia 27 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A defesa atribui as denúncias a ex-funcionários demitidos por ela. Fabiane Rosa está detida na Penitenciária Feminina de Piraquara. De acordo com a denúncia, “os denunciados previamente ajustados e em unidade de desígnios entre si, mediante conjugação de esforços voltados ao objetivo comum, um aderindo à conduta delituosa do outro, de forma consciente e voluntária por 11 vezes, ou seja, no período de agosto de 2019 a julho de 2020, desviaram em proveito próprio, valores que previamente tinham a posse em razão dos cargos ocupados por aquelas denunciadas que totalizam R$78.012,22”.

Gastos
O deputado estadual Requião Filho (MDB) apresentou ontem um pedido de informações ao Governo do Estado do Paraná solicitando esclarecimentos precisos sobre os gastos destinados no combate ao COVID-19. Estudo publicado pelo Instituto Mirante Observatório apontou que o Paraná gastou menos de um terço dos R$ 434 milhões informados nos números oficiais. Segundo a avaliação do deputado, números bem diferentes dos publicados em seu site oficial.

Planilha
“Sabe-se que os gastos públicos devem possuir lisura inconteste, assim, visando bem compreender as destinações de verbas realizadas pelo Estado do Paraná, pedimos que estas informações sejam esclarecidas”, justificou o deputado. No documento, o parlamentar pede ainda para relacionar em planilha, um histórico contendo a origem de todos os valores empenhados (se proveniente de outros Poderes), destinação e fundamentação de aplicação (gastos com a Covid-19 nestes montantes e rubricas das contas empenhadas). O Governo tem
30 dias para responder ao documento.

Lucro
Odeputado estadual Soldado Fruet (PROS) alertou na sessão de ontem da Assembleia Legislativa que a Sanepar perderá sua função social se não houver uma intervenção do governo do Estado. A avaliação foi feita ao comentar os resultados do segundo trimestre de 2020, divulgados pela empresa na segunda-feira. “Em relação ao mesmo período de 2019, o lucro líquido da Sanepar subiu 22,3%, o que demonstra algo que já levantei nesta tribuna: a Sanepar trabalha para os investidores e não mais para o povo paranaense”, destacou o parlamentar.

Desvalorização
O deputado ressaltou ainda a desvalorização das ações ordinárias da companhia, aquelas que dão direito a voto e que o Estado detém 60,10% da totalidade. “Essas ações perderam 6,9% do valor em um ano, o que significa que o patrimônio do Estado encolheu muitos milhões. De outro lado, as ações preferenciais, aquelas que garantem dividendos aos acionistas investidores, subiram 28,16% no mesmo período, garantindo bilhões de rentabilidade aos investidores”, comparou o deputado, salientando que o Estado não se enquadra como investidor, pois possui apenas três unidades das mais de um bilhão de ações preferenciais da Sanepar.

Soldado Fruet disse que a análise em relação à situação da Sanepar “não é uma crítica, mas sim um alerta”. Segundo ele, “se o governo não agir, a Sanepar perderá sua principal função social, será apenas mais uma empresa na bolsa de valores e estará sempre sujeita a interesses e especulação dos megainvestidores”. O deputado também teme que, com o novo marco legal do saneamento, a empresa perca espaço para concorrentes que poderão entrar livremente no mercado. “Se isso acontecer, as ações nas mãos do Estado perderão ainda mais valor”, pontuou.

Segundo o Soldado Fruet, os dados do último relatório apontam que Foz do Iguaçu foi esquecida pela Sanepar, já que apesar de representar 3,4% do faturamento da empresa, tem apenas 78% de rede de esgoto. Enquanto Cascavel, que responde por 3,5% da receita da companhia, mesmo com cerca de 65 mil habitantes a mais que Foz, conta com 100% de rede de esgoto. “Não fosse o interesse em atender os investidores, provavelmente a Sanepar estaria investido mais em redes de esgoto pelo Paraná afora, cumprindo seu papel social e ajudando na saúde pública. Espero que o Executivo análise os dados financeiros das suas empresas mistas como Estado e não com os olhos dos outros investidores”, concluiu o deputado.