BRUNO SCATENA, ENVIADO ESPECIAL BARCELONA, ESPANHA (FOLHAPRESS) – “Realidade virtual vai ser a plataforma mais social de todas”, disse Mark Zuckerberg, diretor-executivo e fundador do Facebook, neste domingo (20), um dia antes de começar o Mobile World Congress, em Barcelona. O que causou alvoroço entre convidados e imprensa que presenciaram a frase, no entanto, não foi exatamente o conteúdo, mas o lugar em que foi dita. Não era uma apresentação do Facebook, mas sim da Samsung, que acabara de revelar a nova versão da família Galaxy S, de celulares topo de linha. Zuckerberg atraiu uma pequena multidão de fotógrafos a correr em direção ao palco da empresa sul­ coreana para fazer imagens do que poderia ser a maior notícia do dia. Não foi. O fundador do Facebook estava ali para anunciar uma parceria com a Samsung para trabalhar em uma tecnologia de realidade virtual que seria “quatro vezes mais rápida” e que consumiria “quatro vezes menos banda” ­­ e que deve chegar “nos próximos meses”. No ano passado, a Samsung anunciou a chegada do Gear VR, aparelho de realidade virtual que foi construído sobre a plataforma Oculus, adquirida pelo Facebook em 2014. Agora, ambas as empresas parecem querer atacar parte do problema de falta de conteúdo na nova tecnologia, ainda incipiente do mercado consumidor. Quando chegou ao mercado brasileiro por R$ 800, os óculos da sul­ coreana contavam com apenas cerca de 150 conteúdos, muitos deles mais demonstrações do que produtos acabados. Uma das apostas nesse sentido é o jogo “Minecraft”, que deve chegar entre “centenas de outros jogos”, segundo anunciaram neste domingo as duas empresas. A conversão do popular game para o Gear VR, embora tenha causado aplausos em Barcelona, não é novidade. Em 2015 já havia sido divulgado que John Carmack, produtor de jogos como “Doom” e “Quake”, estava trabalhando na adaptação.