O secretário especial de Fazenda, Bruno Funchal, destacou nesta segunda-feira o aumento recente na arrecadação do governo federal, mas ressaltou que a situação das contas ainda é delicada, pois o déficit persiste. Para o ano, a estimativa mais recente da equipe econômica aponta um rombo de R$ 187,7 bilhões, menor do que o permitido pela meta, que é negativa em até R$ 247,1 bilhões.

“Nosso dever de casa é manter as contas organizadas”, disse Funchal, durante audiência na comissão temporária da covid-19 no Senado Federal.

O secretário destacou que as projeções recentes do mercado apontam crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, mas isso é “vinculado à nossa organização fiscal”.

Funchal salientou que, embora a taxa de juros de curto prazo no Brasil esteja baixa, a taxa de longo prazo, que é relevante para determinar o custo de investimentos, está em mais de 9%, patamar superior ao observado em países semelhantes ao Brasil, como Chile (em torno de 4,5%) ou México e Colômbia (na faixa dos 7,0%).

O secretário disse ainda que a arrecadação tem crescido não só para a União, mas também para os Estados. A receita administrada dos Estados teve alta nominal de mais de 18% no primeiro quadrimestre em relação a igual período de 2020, afirmou Funchal.