O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou nesta segunda-feira, 21, que a arrecadação registrada está em linha com a retomada da economia brasileira.

Conforme a Receita, a arrecadação de receitas federais somou R$ 140,101 bilhões em novembro deste ano, o que representa uma alta de real (descontada a inflação) de 7,31% ante o verificado em novembro do ano passado. De janeiro a novembro, a arrecadação somou R$ 1,320 trilhão, o que corresponde a uma queda real de 7,95% em relação ao mesmo período de 2019.

“Ainda estamos otimistas com resultado da arrecadação. O volume de compensações indica que está havendo apuração de tributos”, disse Malaquias, durante a coletiva. Em novembro, as compensações tributárias somaram R$ 18,631 bilhões, ante R$ 9,520 bilhões do mesmo mês do ano passado. “Os números sinalizam trajetória positiva da arrecadação até o fim do ano”, acrescentou.

Malaquias concedeu nesta tarde entrevista coletiva sobre a arrecadação de impostos em novembro.

IRRF

Para Malaquias, atualmente, não é possível afirmar que existe uma relação direta entre o valor arrecadado de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e o comportamento do mercado de trabalho no Brasil. O comentário foi feito após questionamento sobre se a queda real de 6,82% do IRRF sobre rendimentos do trabalho em novembro, na comparação com novembro do ano passado, seria compatível com a perspectiva de “perda zero” de empregos formais em 2020, apesar da pandemia do novo coronavírus. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem afirmado que o País tende a terminar o ano sem perdas de emprego, em função da recuperação de vagas vistas nos últimos meses.

Outros tributos

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal afirmou que o governo espera recuperar até o fim de dezembro o diferimento de tributos registrado de janeiro a novembro deste ano, da ordem de R$ 62,822 bilhões.

“A expectativa é (recuperar) sim”, afirmou Malaquias, ao ser questionado durante coletiva de imprensa. “O volume elevado de compensações demonstra que os contribuintes estão apurando o valor devido. O que foi diferido está sendo apurado agora como devido. A questão é: isso está sendo pago como Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) ou mediante compensação? De uma forma ou de outra, a gente vai recuperar sim”, acrescentou.