Arquivo/CMC

Depois de conversarem com o secretário municipal do Abastecimento, Luiz Dâmaso Gusi, no dia 5 de setembro, os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) retomam, nesta segunda-feira (10), a análise do projeto de lei que regulamenta a agricultura urbana na cidade. A proposição (005.00380.2017) chegou a ser debatida em plenário no dia 28 de outubro, mas um acordo entre os parlamentares adiou a votação, pois não havia consenso sobre a criação doméstica de animais no escopo da proposta. 

O projeto de lei (005.00380.2017) é de iniciativa da Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos da CMC.

O secretário municipal do Abastecimento (Smab), Luiz Dâmaso Gusi, esteve na quarta-feira (5) na Câmara Municipal de Curitiba para responder a perguntas sobre a agricultura urbana na cidade. Sem opinar diretamente sobre a polêmica relacionada à criação doméstica de animais, Gusi defendeu a aprovação do projeto de lei, pois ele “pode se tornar um marco regulatório importantíssimo para a cidade”. “Vai nos caber [ao Executivo] a regulamentação [do que for aprovado pela CMC]”, disse o secretário do Abastecimento. Numa ressalva, disse ser necessário “ter uma visão ampla” e “olhar para o mundo”, no sentido de identificar e replicar boas práticas.

“A agricultura urbana é um tema discutido no mundo”, disse. “Temos várias experiências que não tratam só da ocupação dos espaços vazios e da produção de alimentos”, completou Gusi, engatando uma explicação sobre a importância da mudança de cultura, por exemplo, com a introdução nas refeições de plantas alimentícias não convencionais, pois “são mais de 30 mil as espécies alimentares”. “[A agricultura urbana] é uma ferramenta potente, pode ser um trabalho regenerativo, logo temos que trabalhar de forma convergente”.

Adiantando que a Prefeitura de Curitiba estuda a abertura de um centro de referência em agricultura urbana na cidade, Luiz Dâmaso Gusi lembrou que o Executivo trabalha a questão há 28 anos. O município, indicou o gestor, já possui 24 hortas comunitárias e mil famílias praticando agricultura urbana. 

O secretário do Abastecimento também dimensionou o tamanho da questão para a economia municipal. “Curitiba é o polo de uma região metropolitana que é o maior mercado consumidor de alimentos do Paraná, responsável por 37% [do que é demandado em termos de alimento]”, informou, citando que isso mobiliza mais de 30 mil agricultores na região.