Franklin de Freitas – u00c9poca de poucas chuvas aumenta o risco no Estado

As ocorrências de incêndio florestal estão em alta na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). De acordo com dados do Corpo de Bombeiros do Paraná, foram 530 casos nos seis primeiros meses deste ano, o que dá uma média de três ocorrências por dia. No mesmo período de 2017 haviam sido 437 registros (2,4 por dia), número 21,3% menor do que o verificado em 2018.
As cidades com maior incidência de focos no período foram Curitiba, com 215 registros (40,6% do total), São José dos Pinhais, com 62 (11,7%), e Fazenda Rio Grande, com 44 (8,3%). 
Segundo a capitã do Corpo de Bombeiros do Paraná, Rafaela Diotalevi, preocupa a previsão do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), a qual aponta que não deveremos ter ocorrências de chuva na Capital e região pelas próximas duas semanas – a única possibilidade prevista é para a próxima segunda-feira, mas a probabilidade de chuva é bem baixa (5%).
O grande problema, ainda de acordo com a capitã, é que quando  chove menos o mato fica mais seco e, consequentemente, existe maior probabilidade de incêndios ambientais. Os focos, contudo, não são provocados apenas por causas naturais.
“As pessoas costumam jogar lixos com cacos de vidros em áreas urbanas, principalmente em terrenos baldios, e isso pode gerar novas queimadas”, afirma ela, destacando aind aque o vidro em contato com o sol é um dos principais causadores de incêncios dentro das cidades.

Noroeste do Paraná  tem uma das situações mais preocupantes
Se na RMC a alta nos focos de incêndio já foi considerável, no Paraná como um todo a variação foi ainda mais significativa. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros do Paraná, foram 3.793 casos nos seis primeiros meses deste ano, ante 2.516 registrados no mesmo período de 2017 – aumento de 44%. 
As cidades com maior incidência de focos no período foram Paranavaí, com 391 registros, e Maringá, com 298, ambas localizadas no Noroeste do Estado. Apucarana, no Vale do Ivaí, vem logo em seguida, com 232.
O aumento no número de registros no Estado seria reflexo da falta de chuvas no primeiro semestre deste ano, associada à baixa umidade do ar. De acordo com o Simepar, não há previsão de chuvas para o Noroeste nos próximos 15 dias, o que pode agravar ainda mais a situação. “As chuvas desta época do ano são provocadas basicamente por frentes frias, mas não há nenhuma sobre a região neste momento”, disse o meteorologista Tarcísio Valentim da Costa.

Como evitar novos incêncios
O Corpo de Bombeiros tem algumas recomendações para evitar novos focos de incêndios, como não colocar lixos em terrenos baldios, não soltar balões e não jogar bitucas de cigarros perto de rodovias, principalmente nas regiões com mata. Caso alguém presencie outra pessoa colocando fogo sem autorização, o órgão alerta que é preciso ligar imediatamente para o telefone 193 e fazer uma denúncia. Há equipes disponíveis 24 horas por dia para atender as demandas. “Provocar incêndios sem a devida autorização, seja em florestas ou em centros urbanos, é considerado crime ambiental e pode gerar multa e detenção de até quatro anos”, afirmou Rafaela.