O trecho da BR-116 que liga Curitiba a São Paulo aparece como uma das rodovias mais perigosas do mundo num levantamento recente divulgado pelo JCC Cargo Watchlist. No estudo, uma espécie de mapa mundial das áreas de risco para transporte de carga, o Brasil aparece como um país que oferece um risco muito alto aos transportadores, ficando atrás apenas de países que estão em guerra, como Afeganistão, Iraque, Sudão do Sul, Síria e Iêmen, todos classificados com risco severo.

Até setembro deste ano o Brasil permanecia fora da lista de países cujo perigo é classificado como elevado (classificação intermediária) ou extremo (classificação mais grave). A partir de outubro, contudo, entrou na lista e nela permaneceu no relatório deste mês, divulgado ontem, por conta do aumento no índice de roubos nas estradas brasileiras.
Apesar de não sofrer com fatores de risco ligados à guerras, as estradas brasileiras receberam pontuação 3,4, com classificação de risco muito alto. Além do trecho da BR-116 que liga Curitiba com São Paulo, também apareceu na lista das rodovias mais perigosas do Brasil e do mundo o trecho da BR-116 entre São Paulo e Rio de Janeiro, a SP-330, que liga Uberaba (MG) com o Porto de Santos (SP), e a BR-050, que conecta Brasília (DF) com Santos (SP).

O estudo, feito mensalmente pela Joint Cargo Commitee, um comitê misto formado por representantes da área de avaliação de risco do mercado segurador de Londres (Inglaterra), monitora o risco para cargas transportadas, seja por via aérea, marítima ou terrestre em várias partes do mundo. Numa lista com classificações indicativas por cor, os países são avaliados em sete graus diferentes de risco, que vão numa escala de baixo à extremo risco. A lista considera riscos como guerras, greves, pirataria e roubo de carga.
Casos — De acordo com o Sindicato das Empresas Transportadoras de Cargas do Paraná (Setcepar), o Estado correponde a 2 ou 3% das ocorrências em todo o País, ou seja, são cerca de 578 casos registrados anualmente.