SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Bastou uma semana e algumas exibições de gala durante o Masters 1.000 de Roma para Rafael Nadal recuperar o status de maior favorito a mais um título de Roland Garros, que seria o seu 12º.


Não que antes disso o espanhol fosse carta fora do baralho, mas o ano se mostrava difícil para ele até mesmo no saibro, piso em que costuma dominar qualquer adversário e no qual é jogado o segundo Grand Slam do ano, que começa neste domingo (26), às 6h (de Brasília), em Paris.


Antes de chegar ao seu nono título na Itália, Nadal havia parado nas semifinais dos outros três principais torneios na superfície lenta que antecedem Roland Garros -e nos quais soma 27 troféus.


No Masters de Monte Carlo, o algoz do atleta de 32 anos foi o italiano Fabio Fognini, 31.


No torneio ATP 500 de Barcelona, ele parou diante do austríaco Dominic Thiem, 25, que conseguiu sua quarta vitória contra o espanhol (tem sete derrotas) no saibro.


Por fim, no Masters de Madri, o grego Stefanos Tsitsipas, 20, obteve seu primeiro triunfo na terra batida diante do segundo colocado do ranking.


Em número de pontos somados na preparação para Roland Garros, esse foi o terceiro pior desempenho de Nadal desde 2009, quando entrou em vigor o atual formato de calendário da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) -superou só 2014 e 2015.


A sequência de derrotas em semifinais mostrou vulnerabilidades da versão 2019 do tenista espanhol e apresentou um novo nome capaz de batê-lo no saibro, pelo menos nas partidas disputadas em melhor de três sets.


Tsitsipas, que já havia ganhado de Novak Djokovic e Roger Federer, considerou esse triunfo sobre Nadal o maior da sua carreira até o momento. Em grande fase, ele já ocupa a sexta posição do ranking.


Já em Roma, também nas semifinais, Nadal devolveu o revés contra o jovem grego antes de dominar o líder do ranking, Djokovic, 32, na decisão. A vitória por 6/0, 4/6 e 6/1 ficou marcada pelo primeiro “pneu” (set vencido sem que o rival ganhe um game) nos 54 duelos entre eles.


“Nadal é o favorito número um para ganhar Roland Garros. Só depois dele é que vêm todos os outros”, disse Djokovic após a derrota em Roma.


A primeira conquista de Nadal na temporada foi importante para ele recuperar a confiança antes de Roland Garros e mostrar aos adversários que derrotá-lo em Paris, como de costume, será muito difícil.


“O mais importante para mim é me sentir bem durante as partidas e, principalmente, permanecer saudável. Se isso acontece, mais cedo ou mais tarde sei que os títulos chegarão. Recuperar meu nível era a principal meta, e acho que já consegui isso”, ele afirmou no último domingo (19).


Os jogos de Grand Slam são disputados em melhor de cinco sets. Se vencer duas parciais contra o espanhol no saibro já não é tarefa simples, incluir mais uma nessa conta vai muito além de matemática.


Apenas o sueco Robin Soderling (em 2009) e Djokovic (em 2015) conseguiram destroná-lo em Paris até hoje.


Além de Djokovic, Tsitsipas, Thiem e Fognini, quem também aparece como candidato a essa missão é o suíço Roger Federer, 37, que voltará a disputar Roland Garros após três anos de ausência. Seu único título nesse Grand Slam foi em 2009, quando aproveitou a eliminação do espanhol e derrotou Soderling na decisão.


O sorteio das chaves indicou um possível encontro entre Federer e Nadal nas semifinais. Antes disso, caso o suíço confirme o favoritismo e Tsitsipas também o faça, eles poderão reeditar em Paris as oitavas de final do Australian Open, quando o grego venceu.


Djokovic terá Thiem, vice em 2018, como seu possível oponente nas semifinais. O alemão Alexander Zverev, 22, e o argentino Juan Martín Del Potro, 30 também estão desse lado da chave. Thiago Monteiro, 24, será o único representante brasileiro no torneio de simples, após vencer seus três jogos na etapa qualificatória.


Já nas duplas, o país terá três representantes: Marcelo Melo, que joga com o polonês Lukasz Kubot, Bruno Soares, parceiro de Jamie Murray, e Marcelo Demoliner, que atuará ao lado de Divij Sharam.


Como tem sido comum nos Slams, a expectativa para o torneio feminino é de imprevisibilidade. Vencedora dos últimos dois eventos desse nível, a japonesa Naomi Osaka, 21, atualmente líder do ranking, nunca passou da terceira rodada de Roland Garros.


A romena Simona Halep, 27, atual campeã, e a americana Sloane Stephens, 26, vice, também estão entre as favoritas das casas de apostas, assim como a holandesa Kike Bertens, 27, em bom momento. Serena Williams, 37, chega a Paris depois de ter abandonado por lesão os três últimos torneios que disputou.


Esta edição de Roland Garros terá novidades, como a nova Philippe Chatrier, principal quadra do complexo, que foi reconstruída e modernizada em menos de um ano -mas o teto retrátil ficou para 2020.


Outro palco novo, esse feito do zero, faz parte do projeto de ampliação do torneio. Cercado por estufas de plantas com vidros transparentes, leva o nome de Simonne-Mathieu, tenista francesa que venceu Roland Garros duas vezes (1938 e 1939) e foi heroína do país por serviços prestados na 2ª Guerra Mundial.


TRANSMISSÃO


A BandSports transmite Roland Garros na TV fechada brasileira a partir das 6h deste domingo (26). Outra opção é o aplicativo oficial do evento, que pode ser assinado em aovivo.rolandgarros.com. Ao custo de R$ 29,99 (torneio inteiro) ou R$ 10,99 (um dia), o serviço exibe ao vivo todos os jogos (incluindo chave juvenil e de veteranos), além de replays, melhores momentos e entrevistas.