SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Tribunal de Justiça do Distrito Federal rejeitou o último recurso do senador Romário (Podemos-RJ) na ação que movia por danos morais contra Dunga. O ex-atacante terá que pagar R$ 93.255,66 entre multa e custos do processo. Não há mais recurso.

A briga jurídica entre os dois teve início em 2016. Na ocasião, Dunga acionou a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar do Senado alegando que estava sendo alvo de ofensas por parte de Romário. Um ano antes, o ex-atacante afirmou que havia interesses comerciais na convocação da seleção brasileira. Na época, Dunga era o técnico.

Depois da atitude de Dunga, Romário decidiu entrar com uma ação pedindo R$ 500 mil por danos morais no Tribunal de Justiça do Distrito Federal. O pedido foi julgado improcedente em maio de 2017. Ainda assim, o ex-atacante recorreu mais três vezes da decisão, sendo derrotado em todas elas.

O cálculo feito para o pagamento de Romário se deu em dois pontos: 16% do valor atualizado da causa (R$ 87.770,04) e multa de 1% sobre o valor da causa (R$ 5.485,62). As duas porcentagens foram definidas quando Romário teve seu recurso negado pela terceira vez.

A defesa de Romário afirmou que ainda tentará impugnar algumas questões da decisão judicial, mas negou uma nova ação por danos morais por ora.

BRIGA

Romário e Dunga foram campeões juntos da Copa do Mundo de 1994. O ex-atacante, contudo, sempre foi um crítico do trabalho do ex-volante como treinador da seleção brasileira. Em entrevista ao jornal italiano “Gazzetta dello Sport”, Romário disse que havia “interesses escusos” nas convocações da seleção.

“Os problemas são refletidos nas convocações. Dunga é meu amigo, mas não é a sua hora. Não se convoca mais os melhores, há interesses por trás. O diretor é Gilmar Rinaldi, que, até um dia antes de sua nomeação, era um agente de jogadores. Uma provocação! Você viu a convocação? Todos pertencem aos empresários que lucram com convocações. É evidente para todos”, declarou Romário na época.

Em nota divulgada pela assessoria de imprensa da CBF na época, Dunga criticou o posicionamento de Romário e afirmou que o senador não tinha direito de pôr em dúvida sua honestidade sem prova.

“O senador Romário tem o direito de criticar as convocações para a seleção brasileira. Todavia, não tem o direito de pôr em dúvida a honestidade e a credibilidade dos critérios que norteiam a escolha dos jogadores, principalmente quando afirma, sem qualquer elemento de prova que possa amparar tais afirmações, que os responsáveis pelas convocações atenderam a outros critérios que não o técnico”.

“Repudio as declarações de quem se disse meu amigo, mas não é. Amizade pressupõe respeito, lealdade e estrita confiança na integridade de quem dedicamos aquele sentimento. Por isso, o senador Romário nunca esteve no meu rol de amigos e ele fica na obrigação, sobre o que disse, de apresentar fatos”.