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Dores na face, dificuldade durante a mastigação, estalos, ruídos ou travamentos mandibulares podem sim ser mais que um simples desconforto. Se você vem sentindo algum desses sintomas, atenção, pode ser uma disfunção temporomandibular, a famosa DTM. Esses sintomas tendem a causar dor ao abrir e fechar a boca e bastante desconforto facial. Pensando em alertar sobre esse problema, a cirurgiã dentista, especialista em DTM e Dor Orofacial Alice Miotto, da Ki Odontologia, esclarece algumas dúvidas. Este sábado (2) é o Dia Nacional de Combate à Cefaléia. Fique sabendo que uma das causas de suas dores de cabeça pode ser por disfunção temporomandibular

Qual a causa da sua dor?

Você sabia que a disfunção temporomandibular (DTM) pode estar por trás das suas dores de cabeça? Dor de cabeça é muito comum e o paciente geralmente busca ajuda quando já está crônica, essa dor pode sim estar associada a uma DTM. Ela é diferente de uma dor de cabeça primária (enxaqueca), em que a dor de cabeça é a própria doença. Caracterizada por dor em pressão ou aperto, a dor de cabeça por DTM é uma dor de cabeça secundária. Uma informação importante e que devemos ficar atentos é que as mulheres em idade fértil são as que mais sofrem com a DTM. São cerca de nove mulheres para cada homem. Preocupante!

Fique atento aos sintomas

A DTM engloba desordens musculares da articulação temporomandibular e acomete a função mastigatória, gerando dor ou desconforto na região das têmporas, próximas ao ouvido ou na mandíbula. A DTM articular provoca sintomas bem localizados à frente da orelha, provocando dor, desconforto, estalidos ou desvios ao exercer a função mandibular. “Caso sinta alguns desses sintomas ao comer, bocejar, falar ou mastigar você deve procurar um especialista”, explica Alice Vanzela Miotto, especialista em DTM e Dor Orofacial (UFPR).

Quais as causas da DTM? 

Não se pode nomear uma causa isoladamente, a DTM é comumente relacionada ao stress e à ansiedade, porém a causa é multifatorial. “Existem fatores predisponentes como a genética, anatomia, doenças sistêmicas e fatores psicológicos. Há também fatores desencadeantes como traumas, acidentes de carro e ainda fatores perpetuantes como o famoso bruxismo”, fala a doutora Alice.   

Como tratar?

O especialista em DTM e Dor Orofacial é capaz de investigar as dores orofaciais, como as cefaleias primárias e secundárias (dor de cabeça), odontalgias (dor de dente) e neuralgias, além do bruxismo, isso acontece através de questionários, exame clínico e exames complementares. “Nada melhor que uma longa conversa com o paciente para saber detalhes sobre o histórico da sua queixa”.

O tratamento das DTMs e dor orofacial é realizado por meio do controle da dor e alívio da queixa principal, utilizando técnicas não invasivas como medicamentos, termoterapia, fisioterapia, laser, acupuntura, terapia cognitivo comportamental. “Quando a dor é refratária, procedimentos invasivos podem ser necessários.  O objetivo é controlar a dor e recuperar a função do aparelho mastigatório (como mastigação, fala, deglutição ou abertura bucal sem dor ou limitação), evitando também desgastes dentários, conservando a estética e garantindo a saúde e o bem-estar”, finaliza Alice.