A oposta Lorenne Teixeira tem sido fundamental na campanha do São Paulo/Barueri no Campeonato Paulista feminino de vôlei. O time ganhou o primeiro jogo da decisão diante do Osasco-Audax por 3 sets a 0 e, se vencer novamente nesta sexta-feira, às 21h30, no Ginásio José Liberatti, em Osasco, será campeão estadual.

Para a jogadora, que atuou dois anos do outro lado, o título seria incrível. “Eu faço o que amo. A coisa que mais gosto na vida é jogar. Fiquei muito feliz de estar jogando novamente, pois fiquei dois anos parada em Osasco, mas tenho certeza de que vou aprender muito com um técnico que é tricampeão olímpico. Só vai me acrescentar, estou muito feliz”, afirmou a atleta, citando José Roberto Guimarães.

No Osasco, ela foi pouco aproveitada e não conseguiu mostrar seu valor. Mas, aos 23 anos, e com ótimas passagens pelas seleções brasileiras de base, ela quer aproveitar a chance de trabalhar no clube com o treinador do Brasil para poder brilhar junto com um time bastante jovem e com orçamento bem mais modesto que seus principais adversários, como o Osasco e o Sesi Vôlei Bauru, eliminado na semifinal.

Mesmo jovem, ela recebe com naturalidade a pressão de ter de decidir partidas. “Estou preparada. Desde a seleção de base o Maurício Thomas me preparou para isso. Eu gosto de assumir responsabilidade, dessa pressão, de estar jogando, independentemente de torcida contra ou a favor. Quando estou dentro da quadra eu me concentro naquilo e nada externo atrapalha”, diz.

O vôlei entrou na vida de Lorenne por acaso. Quando era jovem, uma amiga de sua mãe falou que a mão dela era grande e perguntou se praticava algum esporte. “Falei que não e ela disse que eu deveria jogar. Minha mãe sempre teve medo porque eu cresci muito e nem ela e meu pai são altos. Não fazia nada, pensei até em ser modelo, quase entrei em uma agência, mas aí comecei a jogar e fui desenvolvendo”, conta.

A garota de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, começou sua carreira no Mackenzie e ficou lá até os 17 anos. Depois se mudou para São Paulo, tomou gosto pelo esporte e não parou mais. Seu pai é engenheiro e a mãe pedagoga. Ela, ao ver a filha crescer bastante na adolescência, ficou desesperada. Mas era algo normal e hoje Lorenne tem 1,85m. “Quem dera eu tivesse 1,96m como a Thaisa”, brinca Lorenne.

Além do vôlei, a atleta também dedicou parte do seu tempo à música. “Fazia aulas de instrumento, como violão, saxofone e flauta. Eu toco um pouquinho de flauta, parei de fazer aula de saxofone, pois a rotina de atleta é muito apertada, mas queria voltar a fazer”, revela Lorenne, que não costuma levar os instrumentos musicais para a concentração do time. “Fica mais em casa mesmo.”

A final diante do Osasco-Audax não será fácil. A partida, que terá transmissão do SporTV 2, colocará diante do São Paulo/Barueri uma equipe que já foi campeã estadual 14 vezes. Mas o jovem time tricolor derrubou um gigante na semifinal, o time de Bauru, e tem muita gana para fazer história contra todas as previsões. Para Lorenne, os ares do novo clube e o experiente comandante têm tudo para ajudar em sua carreira.

“É meu sonho participar de uma Olimpíada, acho que de toda atleta. Não só participar, mas ir em busca de uma medalha. Acertei com o Barueri porque quero muito aprender com o Zé. Todo mundo fala que ele é muito bom técnico, que vai me ensinar muito e tenho bastante a crescer. Acho que perdi um pouco do ritmo quando fiquei esses dois anos no banco em Osasco, agora estou feliz de estar voltando e de poder assumir essa responsabilidade no meu time e aprender muito com ele”, avisa.