Atual campeã da Copa América, conquistada diante do rival Brasil, e invicta há 31 jogos, a Argentina tem motivos para estar empolgada antes da Finalíssima, torneio de jogo único que disputará nesta quarta-feira contra a Itália, vencedora da Eurocopa. O técnico Lionel Scaloni, contudo, não quer ver os jogadores argentinos deslumbrados com a boa fase, até porque será o primeiro duelo com um europeu em três anos, ainda que seja com uma seleção que não estará na Copa do Mundo do Catar.

“O importante é não se achar invencível. Tudo bem que as pessoas nos vejam como campeões, pois gostamos do que foi conquistado, mas o caminho continua, não podemos adormecer com isso”, afirmou o treinador, que, com o título continental do ano passado, ajudou a Argentina a encerrar um jejum de 28 anos sem títulos.

Os números excelentes foram conquistados ao mesmo tempo em que Messi reconstruiu uma relação sólida com os torcedores argentinos, após altos e baixos no time nacional. O próximo passo para a seleção albiceleste é provar que pode ter um bom desempenho contra adversários da Europa. O última europeu enfrentado por ela foi Alemanha, em partida amistosa encerrada com um empate por 2 a 2, disputada em outubro de 2019.

“Está tudo tão bom que como treinador tenho de alertar os meus jogadores que temos de continuar a competir. Não deixe ninguém relaxar e continue puxando para a frente. Devemos acreditar que temos que competir contra qualquer um”, comentou Scaloni, antes de falar sobre a situação da Itália, fora da Copa do Mundo pela segunda edição consecutiva.

“A Itália ficou injustamente fora da Copa do Mundo. Estamos falando da seleção vencedora do Campeonato da Europa, uma equipe do mais alto nível de futebol. Ela ficou de fora da Copa do Mundo porque às vezes a bola não entra. Seu treinador (Roberto Mancini) fez um trabalho formidável, deu uma identidade que a Itália não tinha há muito tempo”, opinou.

A Finalíssima é a reedição de um torneio entre os campeões da América do Sul e da Europa realizado apenas duas vezes, em 1985 e 1993, com o nome de Troféu Artemio Franchi, em homenagem ao presidente da Uefa morto em 1983. A competição é considerada precursora da Copa Rei Fahd, que reuniu outros campeões continentais e deu origem à extinta Copa das Confederações.

A Argentina, aliás, foi a campeã da segunda e última edição do Troféu, em 1993, quando venceu a Dinamarca nos pênaltis após empate por 1 a 1 no tempo normal. Já a disputa de 1985 foi vencida pela França, que bateu o Uruguai por 2 a 0.