ESTELITA HASS CARAZZAI
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Senadores republicanos e democratas anunciaram nesta quarta (7) que chegaram a um acordo bipartidário sobre o orçamento americano pelos próximos dois anos, o que suspenderia o risco de nova paralisação do governo no período.
Para atingir o consenso, eles retiraram da pauta o tema da imigração, que vem dividindo o Congresso.
O presidente Donald Trump pressiona para que haja financiamento ao muro que ele pretende ampliar na fronteira com o México, o que é refutado por democratas. Já a oposição exige uma solução para jovens imigrantes que chegaram crianças ao país e estão sob ameaça de deportação, os “dreamers”.
A proposta apresentada nesta quarta (7) estabelece gastos adicionais de US$ 400 bilhões no período, tanto em programas militares (bandeira dos republicanos) quanto em políticas domésticas (reivindicação dos democratas). Mas não toca no tema do muro, nem nos “dreamers”, que ficariam para um debate posterior.
A ideia é garantir o funcionamento do governo federal, que corre o risco de ficar sem dinheiro a partir desta sexta (9), e destravar a pauta do Congresso.
“Depois de um mês de impasse, esse acordo é um verdadeiro avanço”, declarou o democrata Chuck Schumer, líder da minoria no Senado.
Apesar das celebrações, a proposta ainda precisa ser votada no Senado e na Câmara, onde tanto democratas quanto republicanos torceram o nariz para a notícia.
“[Sem o debate sobre imigração], esse pacote não tem o meu apoio, bem como o de um grande número de membros do nosso partido”, afirmou a deputada Nancy Pelosi, que lidera os democratas na Câmara.
Republicanos com inclinação conservadora, que exigem o financiamento do muro, também podem refutar o acordo.
Os senadores pretendiam colocar a proposta em votação ainda na tarde desta quarta (7). Caso uma lei orçamentária não seja aprovada pelas duas casas até a meia-noite de quinta (8), o governo federal entrará em paralisação novamente, pela segunda vez no ano.