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Encontros on-line com protagonismo de jovens aprendizes de todo o estado do Paraná. Essa é a aposta do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE/PR) para contribuir com a redução das muitas violências que ainda atingem as comunidades negras, LGBTQIA+ e de outras minorias sociais. A Semana da Diversidade, realizada de 21 a 25 de junho, vai contar com a participação dos jovens do Programa de Aprendizagem da instituição. O evento tem como meta celebrar as diferenças e promover uma reflexão sobre o respeito, tão importante para a construção de uma sociedade com mais equidade.

Para a pedagoga do CIEE/PR, Claudia Haschich, trazer os aprendizes para o centro desse debate é fundamental para uma conscientização efetiva. “Nosso objetivo é sempre oferecer aos nossos jovens uma educação emancipatória e autônoma. Por isso, decidimos convidá-los a preparar apresentações que abordem as muitas formas de diversidade e, assim, compartilhar mutuamente conhecimentos e experiências que nos ajudem a construir um mundo mais gentil e acolhedor”, afirma.

Sempre com o acompanhamento e a orientação da equipe multidisciplinar do Programa de Aprendizagem do CIEE/PR, os estudantes poderão trazer à pauta questões de sexualidade, gênero, raça, religião, entre outras. Crislaine dos Santos, 21, decidiu falar sobre desigualdade racial e considera que essa é uma oportunidade para trocar aprendizados com outros colegas, por meio do compartilhamento de experiências. “Nosso país foi um dos últimos a abolir a escravidão. Então tratar desse assunto ajuda a gente a entender por que ainda existe tanto racismo no país. Nós vemos pessoas morrendo por serem negras, por serem LGBTQIA+. Esse tipo de discussão ajuda a nos desenvolver como seres humanos e ter mais empatia”, pontua.

Programa de Aprendizagem é oportunidade para formação humanista

A Lei de Aprendizagem foi instituída no ano 2000 e é uma maneira de inserir jovens entre 14 e 24 anos no mundo do trabalho. Ela torna obrigatório que todas as empresas de médio e grande portes contratem aprendizes. Enquanto se desenvolvem profissionalmente, esses jovens também precisam passar por uma série de capacitações, acompanhados por equipes multidisciplinares. Isso permite, por exemplo, que jovens em situação de vulnerabilidade social tenham um vínculo trabalhista formal, uma renda e a orientação de profissionais, de modo a quebrar o ciclo de pobreza.

Nesse sentido, eventos como a Semana da Diversidade são fundamentais para oferecer também uma formação humanista aos aprendizes. A gerente da Divisão de Capacitação e Cidadania do Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE/PR), Simone Paulin, explica que o Programa de Aprendizagem é um trabalho social e, por isso, precisa investir não apenas na formação profissional dos jovens, mas também em sua formação enquanto cidadãos. “Trabalhar com eles questões relacionadas à diversidade é como plantar uma semente para o futuro. Eles vão levar esses aprendizados para seu ambiente familiar e também para a vida profissional. É assim que se muda a sociedade, ensinando àqueles que vão construir o futuro”, completa.