O Senado deve economizar quase R$ 4 milhões este ano com a medida adotada nesta quinta-feira (12) pela Mesa Diretora da Casa de reduzir pela metade os gastos com envio de cartas e telegramas. A Casa decidiu também mudar a regra de distribuição da chamada cota postal dos senadores. Para tentar estabelecer um critério mais igualitário em relação ao custeio das despesas, o parlamentar que, até hoje, tinha direito a duas unidades postais para cada mil habitantes do estado de representação terá que respeitar uma nova escala.

O cálculo agora vai continuar considerando o tamanho da população, mas vai combinar esse dado com o índice de uso de internet nesses estados, de acordo com levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O primeiro-secretário da Mesa Diretora, senador Flecha Ribeiro (PSDB-PA), disse que ainda vai fechar as contas para estimar a economia, mas antecipou que, em 2012, o Senado gastou R$ 10 milhões com selos. Com a nova medida, a expectativa é que a mesma despesa não ultrapasse a cifra dos R$ 6,5 milhões até o final de dezembro.

Há quase um mês, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria sobre o gasto de quase R$ 2 milhões com a compra de 1,4 milhão de selos em um ano e quatro meses pelo Senado. Segundo a reportagem, o Senado não sabia o que foi feito com o material. Em nota, a assessoria de imprensa do Senado disse que as despesas dos senadores e da área administrativa com a chamada cota postal estavam sendo investigadas por uma auditoria desde junho.

O senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente da Mesa, explicou que a cota de envio postal não poderá ser acumulada de um ano para o outro, somente entre os meses. Selo é moeda. A Mesa Diretora adotou uma medida que reduz pela metade essas cotas, faz uma melhor distribuição entre os estados, e faz um maior controle para evitar qualquer desvio de cotas de correio, especificamente a partir do desvio de selos, disse, destacando que o Senado mantinha um número maior de cotas do que o necessário.