SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Principal novidade da Copa do Mundo na Rússia, o árbitro assistente de vídeo perdeu o protagonismo que teve nos primeiros jogos. O VAR tem sido tão usado no mata-mata quanto foi na fase de grupos, mas tem aparecido consideravelmente menos para o público.

Segundo dados da Fifa, nos 48 jogos da primeira fase houve 335 consultas ao vídeo (média de 6,97 por jogo), das quais 14 mudaram a decisão da arbitragem em campo. Já entre oitavas e semifinais foram 110 consultas ao VAR em 14 jogos (média de 7,85), mas apenas duas revisões —cabe a ressalva quanto às cinco prorrogações, que fazem a média a cada 90 minutos cair para 7.

Desses números, conclui-se que o vídeo continuou sendo usado no mata-mata na mesma proporção da fase anterior. Mas esse tipo de consulta quase não é percebido pelo torcedor, porque o processo acontece principalmente na sala de operação do VAR, em Moscou. A interferência da tecnologia é mais sentida pelo público quando a decisão de campo é alterada, situação que tornou-se rara com o avanço da Copa do Mundo. Das oitavas às semifinais, houve uma revisão a cada 700 minutos de jogo (contando prorrogações) —antes, era a cada 300.

Essa redução quer dizer que os árbitros do mata-mata têm acertado mais em campo, portanto precisando menos do vídeo. É uma evolução natural, afinal espera-se que as equipes de arbitragem que trabalhem nas decisões sejam as melhores da Copa, o que em tese faz a qualidade aumentar.

Além da interferência direta, o escocês Andy Roxburgh, ex-jogador e membro do Comitê Técnico da Fifa, aponta um tipo de atuação da tecnologia que não pode ser medido quantitativamente. “O VAR está neste contexto [de melhor futebol]. Não foi só para minimizar os erros, mas, depois da parte inicial da competição, acabou o ‘agarra-agarra’ e passou a ter um espaço maior para se movimentar”, opina.