Nesta segunda-feira, 06, na Globo, não tem “Tela Quente” logo depois da novela. É dia de apresentar minissérie nova ao público, uma prática recente nas estratégias da casa para fisgar o público – o filme virá depois da série. “Amores Roubados”, título da vez, esbanja créditos num elenco encabeçado por Cauã Reymond, com Patrícia Pillar, Ísis Valverde, Murilo Benício e Cássia Kis Magro, com gravações em Petrolina (PE) e Paulo Afonso (BA), mais uma boa dose de sedução e ação.

Apesar da exibição em dia excepcional, a previsão para o capítulo desta segunda não foge aos 40 minutos reservados a cada episódio, em média. Mas, a julgar pela tradição da casa, pode-se esperar por longo bloco inicial, sem intervalo comercial. Nos dias de hoje, vale tudo para frear o impulso do espectador em acionar o controle remoto ou trocar a TV por teclado.

Com texto de George Moura e direção-geral de José Luiz Villamarim – que já ocupou o horário em janeiro passado com “O Canto da Sereia”, – “Amores Roubados” mira o contraste entre os valores morais, de ordem arcaica, e uma economia recentemente repaginada no Nordeste modernizado por grandes vinícolas e o agronegócio exportador de frutas.

Em dez capítulos, o enredo conta a história de Leandro Dantas (Cauã Reymond), um Don Juan que volta à cidade de Sertão, onde nasceu, à beira do Rio São Francisco, agora formado como sommelier. Não há mulher que resista à beleza e à oratória do rapaz, escolado em sedução pela mãe, Carolina (Cassia Kis Magro), uma mulher de passado obscuro que encantou muitos homens.

Leandro se envolverá com mulheres como Isabel Favais (Patrícia Pillar), casada com Jaime Favais (Murilo Benício) e Celeste (Dira Paes), casada com Roberto Cavalcanti (Osmar Prado). Mas, assim reza o script, será surpreendido por Antônia (Ísis Valverde), filha do maior produtor de vinho da região, o rico e poderoso Jaime, e da própria Isabel. De hábitos refinados, a moça voltou recentemente de uma temporada na Itália e não esconde a vontade de deixar a cidade de vez.

A equipe passou quase três meses entre Petrolina e Paulo Afonso. Cerca de 70% das gravações foram em locações externas e parte daquele cenário se transportou para o Projac. Em cena, tudo vira a fictícia Sertão, cidade mencionada na história. A ideia de Villamarim foi fugir de uma localização geográfica, apenas amarrando tudo em torno do Rio São Francisco.

A direção de fotografia traz o olhar de Walter Carvalho, que também dividiu o set com Villamarim em “O Canto da Sereia” e agora faz do sol do Nordeste o seu aliado para compor a iluminação em cena.

A figuração requisitada in loco, em Petrolina e Paulo Afonso, ajudou a corroborar o contexto. E a dupla de emboladores pernambucanos Castanha e Caju entrou em cena para animar cerca de 450 figurantes na gravação de uma grande festa, que consumiu três dias de gravação.

Já a vinícola Santa Maria/Rio Sol, em Lagoa Grande, serviu de cenário para a fictícia vinícola Vieira Braga, do personagem de Murilo Benício, que volta ao ar em seu primeiro trabalho após Tufão, de barba bem crescida e caráter pouco amistoso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.