Valquir Aureliano

Os servidores que passaram à noite nas galerias da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), desta terça para quarta-feira, 10, deixaram a Casa e seguiram para as portas do Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná. Uma caminhada marcou o fim da ocupação da Assembleia.

O governador Ratinho Junior ainda não formalizou proposta de atendimento das pautas. Servidores mantém a greve que completa 15 dias. Mais de 70% de professores e funcionários das escolas participam do movimento que cresce a cada dia. 28 sindicatos e associações participam do movimento que cobra, principalmente, o descongelamento dos salários do funcionalismo que há mais de 3 anos não tem reposição.

Os sindicatos aguardam uma proposta formal do governo do Estado para apresentar às categorias em assembleias.

Cerca de 400 servidores passaram a noite nas galerias da Alep. Em greve há 15 dias, os servidores ocuparam as galerias da Alep, no Centro Cívico,em Curitiba. Eles disseram que só desocupam o local após receberem uma nova proposta de reajuste pelo governo.

A sessão que estava marcada para as 9 horas desta quarta-feira,10, foi transferida para as 10 horas. Essa deve ser a última antes do início do recesso parlamentar de julho. Uma comissão de deputados pretende tentar uma reunião com representantes do governo para buscar um acordo. Pela manhã, a tribuna será ocupada pelos deputados estaduais que mais tarde participam de uma reunião. 

A votação da proposta do governo do Estado de aplicar um reajuste de 5,09% parcelado até 2022 deve ser votada na parte da tarde. 

A categoria realizou um ato com cerca de 10 mil pessoas, boa parte vinda do Interior do Estado em caravanas organizadas por sindicatos. Em protesto por reajuste nos salários congelados há 3 anos, os servidores passaram entoar gritos contra o secretário Renato Feder, da Educação. 

A ocupação ocorreu logo após discurso do deputado Ricardo Arruda (PSL), que defendeu a proposta do governo. Arruda também comparou os salários dos deputados ao dos servidores, alegando que os parlamentares estão há quatro anos sem reajuste. 

O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), chegou a suspender a sessão por alguns minutos, após servidores forçarem as portas do plenário, quando já era o deputado Tadeu Veneri (PT) quem discursava na tribuna. A sessão foi retomada quando os servidores se acomodaram nas galerias, mas a sessão foi “acelerada” para em seguida ser encerrada com as votações da ordem do dia. A sessão acabou por volta às 16h35.  

Todas os acessos ao plenário da Casa foram fechados, e os deputados e funcionários da Assembleia ficaram impedidos de sair.

Após provocar uma reação de servidores, o deputado Ricardo Arruda saiu antes da invasão. Os demais deputados permaneceram ilhados no plenário. Após o fim da sessão, os parlamentares conseguiram deixar o local normalmente. Alguns funcionários da Assembleia ficaram nervosos com a situação. 

Mesmo com a saída dos deputados do plenário, servidores gritavam “sem a data base da Alep ninguém sai”. 

Funcionários da Assembleia retiraram os profissionais da imprensa que estavam registrando a situação, alegando questões de segurança. Sem a presença da imprensa, os servidores permaneceram nas galerias.

A sessão desta quarta-feira (10) está marcada paras às 9 horas e é para ser a última antes do recesso parlamentar, mas, por enquanto, não há perspectiva de que os servidores saiam das galerias da Assembleia. É possível que a ocupação permaneça. Mutos dizem que só saem quando o governo apresentar uma proposta. 

Na semana passada, o governador Ratinho Júnior (PSD) apresentou proposta de reajuste de 5,09% parcelado até 2022, com pagamento de 0,5% a partir de outubro deste ano; 1,5% a partir de março de 2020; 1,5% a partir de janeiro de 2021 e 1,5% a partir de janeiro de 2022. As duas últimas parcelas, porém, ficariam condicionadas ao crescimento da receita do Estado em relação ao ano anterior em 6,5% e 7%, respectivamente.