JOÃO PEDRO PITOMBO

SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Mesmo com determinação do governo federal em liberar estradas e com uma série de decisões judiciais ordenando o desbloqueio das rodovias, apenas 10% dos terminais de distribuição de combustíveis tiveram seus acessos liberados e operam normalmente.

Ao todo, as empresas do setor possuem 70 terminais de distribuição espalhados pelo país. Destes, 50% estão totalmente bloqueados pelos manifestantes. Os outros 40% conseguem liberar o transporte de combustíveis apenas para serviços essenciais como viaturas de polícia e ambulâncias mediante escolta armada.

A maior parte dos terminais que já foram liberados estão na região Norte, caso dos terminais do distrito industrial de Manaus (AM) e do porto de Miramar, em Belém (PA) cujos acessos foram desbloqueados neste sábado (26).

Nos dois casos, a operação para liberação das rodovias teve o apoio das polícias e órgãos de segurança do estado. Os postos de combustível das duas capitais já começam a receber gasolina e etanol e devem normalizar a oferta nos próximos dias.

Por outro lado, a maioria dos terminais bloqueados estão na região sudeste, onde está concentrada a maioria da demanda por combustível.

A reportagem apurou que representantes do setor de combustíveis avaliam que há uma letargia do governo federal em colocar em prática o plano de liberar as estradas com o apoio do exército.

Também reclamam da falta de uma atuação mais efetiva dos governos estaduais para garantir o cumprimento de decisões judiciais que determinaram a liberação do fluxo de caminhões nas estradas.

Em estados como São Paulo e Rio de Janeiro as operações tem focado em escoltas para o transporte de combustíveis para atender setores essenciais, como polícia, bombeiros e aeroportos. Mas, ao contrário de capitais como Belém e Manaus, não há uma retomada na distribuição de combustível para o varejo.

O mesmo acontece em capitais nordestinas como Salvador, onde já não há oferta de gasolina e etanol para os consumidores em nenhum dos 250 postos da cidade.

Com um comitê de crise montado, as empresas de distribuição estão com caminhões e motoristas já mobilizados para retomarem as atividades.