Geraldo Bubniak/AN-PR

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns, avalia como correta a decisão da Prefeitura de Curitiba de elevar o nível de alerta da pandemia da Covid-19 e restringir, a partir de segunda-feira (15/6), atividades na capital por conta da expansão da transmissão do novo coronavírus na cidade, do aumento de atendimentos na rede de saúde e de casos da doença. “Quase com certeza, vamos enfrentar a pior semana da epidemia da Covid até agora em Curitiba e no Paraná. Vários internamentos nas últimas 24 horas “, alerta ele.

Firme defensor do distanciamento e isolamento social como medida para evitar um colapso do sistema de saúde em meio à pandemia, Arns aprovou a criação do sistema de monitoramento por bandeiras de Curitiba, que baliza a responsabilidade sanitária na cidade durante a pandemia e elevou o nível de alerta contra o coronavírus em Curitiba. A bandeira sinalizadora da situação da capital passou, no último sábado (13/6), de amarelo (nível 1, alerta) para laranja (nível 2, de alerta médio).

“O monitoramento por bandeiras permite ao município oferecer um retrato da situação da pandemia para que a população veja de forma clara em que nível cidade se encontra”, observa o infectologista.

O sistema conta com um painel com três níveis de cores: amarelo (alerta), laranja (risco de alerta médio) e vermelho (risco alto). Esse monitoramento é diário e feito com base em dois critérios: propagação da doença e capacidade de atendimento do serviço de saúde.

Com a adoção da bandeira laranja, a partir desta segunda-feira (15/6), ficam suspensas seguintes atividades: academias de práticas esportivas, igrejas e templos religiosos, praças e parques públicos, atividades de entretenimentos com ou sem música (festas, teatros, circo e atividades correlatas), bares e atividades correlatas e clubes sociais e esportivos. Além disso, outras atividades devem funcionar com restrição de horário.

Saiba o que muda com a adoção da bandeira laranja
Sem aglomerações
Arns pede que a população evite aglomerações e locais que não cumpram as regras fundamentais de prevenção: exigência do uso de máscaras, distanciamento físico de 1,5 metro e higienização de mãos. “Enfim, acreditem, é o momento de cada cidadão fazer , mais do que nunca, sua parte”, diz o médico.

Arns avalia que, se a população seguir as medidas de isolamento social, provavelmente, a capital voltará a ter a epidemia sob controle em 4 a 6 semanas.

O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) emitiu um alerta, neste domingo (14/6), informando que nos próximos dias o estado enfrentará o momento mais crítico da pandemia. No comunicado, a entidade reforça a orientação de manter o distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos.

O CRM também pede, em comunicado, que todos os profissionais e a população sigam as orientações das autoridades sanitárias municipais e estaduais.

Apoio
A Associação Comercial do Paraná (ACP) anunciou, em comunicado divulgado neste domingo (14/6), apoio à adoção pela Prefeitura da bandeira laranja para conter a expansão de casos de covid-19 na capital. “As novas medidas certamente reduzirão as aglomerações, reduzindo também, com o escalonamento de horários, a lotação de ônibus e terminais de transporte, o que tem sido a grande preocupação da entidade”, avalia Camilo Turmina, presidente da entidade.

De acordo com ele, após os ajustes para reabertura com comércio em abril, a ACP tem procurado preservar as atividades econômicas, mas sempre respeitando rigorosamente as normas sanitárias para preservar a saúde pública. “Neste momento, é fundamental a colaboração de todos para que se evite a bandeira vermelha e o consequente lockdown”, acrescentou Turmina.

O presidente da entidade lembra ainda que a ACP criou um canal de comunicação criado com a entidade, através de whatsapp e email, para que a população denuncie estabelecimentos que ficarem abertos fora do horário estabelecido. “Esta iniciativa poderá ser de grande valia para a Prefeitura em suas ações de fiscalização”, acredita ele.