SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após uma tentativa frustrada no sábado (11), a Parker Solar Probe foi lançada na direção do Sol na madrugada deste domingo (12). A espaçonave partiu de Cabo Canaveral, na Flórida, impulsionada por um foguete Delta IV Heavy, às 4h31 (de Brasília), e se colocou de forma bem-sucedida em sua trajetória final pouco menos de uma hora depois.

O nome da sonda é uma homenagem ao astrofísico solar americano Eugene Parker, que na década de 1950 fez grandes avanços teóricos na compreensão do vento solar -a torrente de partículas ionizadas lançadas pelo Sol ao espaço. Ele estava lá na Flórida para acompanhar o lançamento.

A missão da Parker é viajar para as regiões mais internas do Sistema Solar e se colocar numa órbita próxima do Sol, muito mais perto dele do que o planeta Mercúrio.

A primeira passada de raspão acontecerá cerca de três meses após o lançamento, na primeira de 24 passagens próximas previstas ao longo de sete anos. Numa órbita bastante alongada, a cada afastamento a Parker Solar Probe cruza as órbitas de Mercúrio e Vênus, por vezes usando encontros próximos venusianos para apertar ainda mais seu cerco ao redor do Sol.

Claro que a sonda nunca vai entrar no interior da estrela — nada conhecido pela ciência poderia sobreviver intacto a um contato com a fotosfera solar (sua “superfície”), onde a temperatura é de cerca de 5.500°C.

A espaçonave, contudo, fará travessias constantes da chamada coroa solar –que é basicamente a atmosfera estendida do Sol. Em sua aproximação máxima, estará a apenas 6,2 milhões de km da fotosfera (para efeito de visualização do nível de proximidade, nessa hora, entre ela e o Sol daria para colocar apenas uns quatro sóis enfileirados).

De forma curiosa, a coroa solar é ainda mais quente que a superfície, atingindo temperatura de milhões de graus célsius. Cientistas ainda não sabem explicar o porquê disso.