O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Felix Fischer, revogou ontem a prisão domiciliar de Fabrício Queiroz e da mulher dele, Márcia de Aguiar. O ministro determinou que o Tribunal de Justiça do Rio analise, com urgência, a situação dos dois. Enquanto isso, fica restabelecida a ordem de prisão de Queiroz e Márcia em regime fechado.
Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e amigo da família do presidente Jair Bolsonaro, Queiroz estava em prisão domiciliar desde 9 de julho. Na data, o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, concedeu o benefício a ele e a Márcia, que estava foragida desde 18 de junho quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Anjo. Noronha atuou no caso porque respondeu pelo casos urgentes que chegaram ao tribunal durante o recesso do Judiciário.
Fabrício Queiroz chegou a ser encaminhado ao complexo penitenciário de Bangu, no Rio, após ter sido encontrado na casa do advogado Frederick Wassef, amigo e advogado da família de Jair Bolsonaro em causas privadas. A mulher, Márcia, ficou foragida durante esse período e só se apresentou à Polícia do Rio para colocar tornozeleira eletrônica, já após a ordem de prisão domiciliar.
Na decisão, Fischer atendeu a um pedido do subprocurador-geral da República Roberto Luís Oppermann Thomé para que a decisão de Noronha fosse derrubada. Segundo o procurador, há uma série de elementos que justificam a prisão de Queiroz: ligações de familiares com “alusão a seu poder de influência mesmo de dentro da cadeia; declarações de endereço e hospedagem falaciosos; desaparecimento a ponto de virar meme o mote ‘Onde está o Queiroz?’, desaparição de sua companheira e foragida paciente, em referência a Márcia Aguiar; estranhas contabilidade e movimentações bancárias; relacionamentos familiares concomitantes com exercício de cargos públicos comissionados, e “patrimônio a descoberto”.