Pedro Ribas/SMCS

Durante reunião do Comitê de Prevenção de Perdas da Apras (Associação Paranaense de Supermercados), realizada no dia 23 de maio em parceria com a Abrappe (Associação Brasileira de Prevenção de Perdas), o superintendente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Marcio Milan, fez uma apresentação sobre uma pesquisa que detectou que os supermercados do Paraná são os que têm o menor índice de perdas no Brasil. Com apenas 1,18% de perdas, os supermercadistas paranaenses continuam trabalhando para reduzir ainda mais este dado.

“Frequentemente, o nosso comitê reúne supermercadistas e varejistas de todo o estado para pensar em soluções que diminuam as perdas das nossas lojas e já avançamos bastante. Nesta reunião, tivemos recorde de participantes, com mais de 40 pessoas, e também queremos levar esta consciência da prevenção de perdas para outros segmentos, como postos de gasolina, farmácias, entre outros”, disse o coordenador do comitê, Éder Motin.

Para o superintendente da Abras, Marcio Milan, mais do que gerar economia e lucro para as empresas, a prevenção de perdas também deve ter um olhar voltado para a questão do desperdício. “É desperdiçado cerca de 28% pelos supermercados e isso traz um impacto social muito grande, pois poderia estar sendo utilizado para alimentar a população carente”.

Neste contexto e com esta necessidade de dar uma destinação correta aos alimentos, a diretora de segurança alimentar da Secretaria de Agricultura, Marcia Stolarski, destacou sobre a importância de desenvolver políticas que reduzam as perdas. “Fomos beneficiados com um recurso do Governo Federal para o desenvolvimento de um grande projeto que vai envolver todos os elos da cadeia do estado do Paraná. Queremos que todos se conscientizem e temos como meta reduzir em 50% o desperdício que temos hoje até 2030”.

Uma das soluções disponíveis, segundo ela, é criar uma rede de solidariedade ao destinar parte das perdas dos supermercados aos bancos de alimentos. “Assim, iremos beneficiar o meio ambiente por gerarmos menos lixo e as pessoas em estado de carência que receberão os alimentos”, afirma Marcia.

Muitos produtos sem valor comercial possuem valor nutricional, como é o caso das frutas e hortaliças que deixam de ser compradas por estarem levemente amassadas.

Além de falar sobre a importância do repasse aos Bancos de Alimentos, o Secretário de Agricultura e Abastecimento de Curitiba, Luiz Damaso Gusi, falou sobre a necessidade de conscientizar a população sobre o consumo diário ideal de frutas e hortaliças, que deveria ser de 400g, segundo a Organização Mundial da Saúde. “Hoje, o consumo diário gira entre 140 e 170g e o que perdemos no país em frutas e hortaliças poderia alimentar 2,8 milhões de pessoas. Se conseguirmos criar uma estratégia, vamos melhorar a saúde do consumidor, diminuir o uso de recursos públicos e privados e conseguiremos diminuir esta vergonha de jogar no lixo um terço do que é produzido”.

Motin destaca que outro ponto fundamental é que diminuindo os custos com as perdas, os empresários poderão repassar a economia gerada em melhores preços e novas contratações.