Daniel Castellano / SMCS

A tarifa da Rede Integrada de Transporte que atende Curitiba e mais 13 municípios da Região Metropolitana com as integrações será reajustada a partir da zero hora da quinta-feira (28/02), no primeiro aumento desde fevereiro de 2017.

A passagem do usuário passará de R$ 4,25 para R$ 4,50, um reajuste de 6% definido pela Urbs (Urbanização de Curitiba S/A) para todo o sistema que transporta por dia 1,3 milhão de passageiros, sendo 600 mil pagantes. Os não pagantes usufruem de isenções asseguradas em lei; fazem parte deste grupo idosos, pessoas com deficiência, estudantes (meia passagem) e ainda os passageiros da Região Metropolitana que entram no sistema urbano pelas integrações.

A prefeitura destaca que o reajuste ficou abaixo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), 5,8% contra 6,7%, considerando o período de fevereiro de 2017 (último reajuste) a janeiro de 2019. Ficou abaixo, também, do reajuste ocorrido na média das cidades brasileiras neste ano: 8,7%, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. 

Apesar disso, o valor deixa Curitiba com a passagem de ônibus mais cara do País entre as capitais. “Fizemos um grande esforço e conseguimos manter a tarifa congelada por dois anos”, diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs. “Agora, com o aumento dos custos do diesel, a previsão de um aumento salarial de motoristas e cobradores de aproximadamente 3,8%, e outros impostos, foi necessário adequar o valor para não comprometer a sustentabilidade do sistema.”, justifica.

Subsídio

O presidente da Urbs também garantiu que esse será o único reajuste do ano. Segundo a prefeitura, o “subsídio direto” do Governo do Estado (R$ 40 milhões) e o do município (R$ 50 milhões) mais as medidas de redução de custo do sistema são as garantias desse congelamento.”Nosso compromisso, por determinação do prefeito Rafael Greca, é manter a tarifa do passageiro congelada em R$ 4,50, pelo menos até fevereiro do ano que vem”, disse.

Para a integração, que envolve municípios vizinhos de Curitiba, o governo do Estado anunciou um total de R$ 150 milhões em subsídio. Dos R$ 150 milhões do governo, R$ 40 milhões serão destinados a Curitiba e R$ 110 milhões para a Região Metropolitana. 

A contrapartida da capital será em novas integrações e criação de faixas exclusivas – nas Avenidas Victor Ferreira do Amaral, Comendador Franco e Cândido de Abreu, além da Rua João Negrão, por exemplo, de acordo com o governo.

“Se não houvesse essa parceria entre prefeitura, governo do Estado, essa tarifa passaria de R$ 5,20 em Curitiba e nas cidades do entorno. Estamos juntando todos os nossos esforços financeiros, cortando gastos, para que junto com a prefeitura voltemos a construir a Curitiba e a Região Metropolitana que sempre sonhamos, com planejamento”, disse o governador Ratinho Junior.

“Compensação” e reajuste de motoristas e cobradores

De acordo com a Urbs, cortes de custos ajudaram a compensar aumentos em outras áreas. Com a retirada do desconto do ICMS do diesel a partir janeiro deste ano, por exemplo, o principal insumo dos ônibus aumentou 13%, e poderá chegar a 23% nos próximos meses. A base de cálculo é a pesquisa da Agência Nacional de Petróleo.

Por dia os ônibus das 250 linhas urbanas fazem 14 mil viagens e rodam cerca de 282 mil quilômetros.

A Urbs também está projetando um reajuste de 3,5% para motoristas e cobradores. As despesas com pessoal é o maior custo na planilha do transporte, correspondendo a 56,7% dos custos do sistema.

Tarifa técnica e real

O reajuste não elimina a diferença entre a tarifa que o usuário paga e o custo real da operação do sistema (que resulta na tarifa técnica atual de R$ 4,79).

A diferença é custeada pelo Fundo de Urbanização de Curitiba, uma conta pública em que ficam depositados recursos usados exclusivamente no transporte coletivo.

A Prefeitura firmou com o Governo do Estado um acordo para bancar o déficit do sistema. A parceria vai, ainda, ampliar a integração do transporte na Região Metropolitana. “O sistema de Curitiba atende com integrações cerca de 2,4 milhões de passageiros da RMC por mês”, explica Maia Neto.

Além do custo de operação, que é o pagamento feito às empresas por meio da tarifa técnica, a Urbs responde também pela manutenção da estrutura do transporte coletivo de 21 terminais urbanos, 81 quilômetros de canaletas, 348 estações tubo e 6,5 mil pontos de parada de ônibus.

Reintegrações

Segundo a prefeitura, outra avanço foi a reintegração ao sistema de transporte de sete linhas metropolitanas que estavam com itinerários seccionados, entre elas as linhas diretas Colombo/CIC, Araucária/CIC, Angélica/CIC e Caiuá/Cachoeira. Além de Roça Grande/Santa Cândida, PUC/Fazenda Rio Grande, Quatro Barras/Santa Cândida.