Cesar Brustolin – A Central do 156 vai dando a vez ao aplicativo: mais rápido

Mais pessoas estão solicitando serviços da prefeitura de Curitiba e o aumento na demanda é atribuído à evolução tecnológica. Lançado em abril de 2019, o aplicativo Central 156, por exemplo, recebeu mais de 1 milhão de acessos em cinco meses de funcionamento. Com isso, somadas aos pedidos feitos por telefone, as solicitações bateram recorde neste ano, com 10% de aumento no fluxo de demandas por serviços, além do aumento no número de solicitação de informações. Lideraram os pedidos por serviços na plataforma digital do município a coleta de resíduos, trânsito, iluminação pública, abordagem social de rua, pavimentação, postos de saúde, podas de árvore, sinalização horizontal e reparos em passeios.

O coordenador de Atendimento ao Cidadão, Ozires de Oliveira, do Instituto das Cidades Inteligentes, afirma que além de um novo público, a central recebe também mais demandas daqueles que já estão acostumados a usar o 156 da prefeitura. “De 29 de março a agosto, no período do balanço, houve um incremento de 10% nas solicitações de serviços. Tem ‘informações’ e tem ‘serviços’, mas um grande montante, a maioria, é por informações. O incremento de 10% na demanda por serviços é um grande volume, porque facilitou o acesso. Pegou um novo público e também aquele que já estava mais acostumado, mas aumentou porque está mais fácil. Por exemplo, ‘uma árvore que causa problemas’, o usuário envia uma foto pelo aplicativo no celular e isso facilita muito”, explica. Em apenas cinco meses neste ano, os números do aplicativo quase superam os do telefone no ano passado inteiro, quando foram recebidas 1.018.309 chamadas na Central 156.

O uso do aplicativo também deixa o processo de atendimento mais barato e rápido. “A gente fez um alinhamento com a rede de atendimento da prefeitura. Eu tenho uma cartela de 13 assuntos no aplicativo, que são os mais demandados, e a gente fez um alinhamento no atendimento com ponta, que é a secretaria que presta o serviço. Otimizamos isso enviando direto a demanda, que se ganhou tempo dentro de um processo que agora está sendo encaminhado por uma ferramenta tecnológica. Essa e uma vocação da Central 156, que é desonerar o órgão de intermediar. O órgão fica com mais tempo para execução dos serviços”, aponta.

Vem aí Inteligência Artificial e Internet das Coisas

Após a primeira versão, o aplicativo terá mais serviços incluídos até o final deste ano. Outras novidades previstas são Inteligência Artificial e Internet das Coisas. “Essa versão é uma 1.0 do aplicativo. Temos como meta ampliar a carta de serviços ao cidadão. A gente já viu que é um canal que agiliza muito o serviço e reduz o custo de todo esse processo de atendimento. Temos já um estudo de novos serviços que pretendemos levar até o final do ano. Também devemos colocar protocolos de inteligência artificial, para que esses mecanismos possam se valer de mais tecnologia, tanto de inteligência artificial, como da internet das coisas. Como a troca de lâmpada, por exemplo, para que o próprio equipamento possa sinalizar o problema e já notifique imediatamente”, adianta.

O usuário tradicional, explica Ozires, continua habituado a utilizar o telefone. “O telefone não teve um recrudescimento, ele tem um fluxo ainda normal, porque muita gente ainda prefere usar o telefone. Queremos no futuro incrementar e no final melhorar o serviço para a população porque esse é o objetivo final”, aponta.
A presidente da Agência Curitiba, Cris Alessi, afirma que o aplicativo 156 faz parte de um projeto de desburocratização e digitalização da prefeitura e que a prioridade foi pelos serviços mais demandados. “De 2017 para cá, nós criamos o Saúde Já, que foi o primeiro aplicativo, o 156, o Nota Curitibana, e para englobar todos esses aplicativos maiores e todos os outros serviços que são aplicações web, nós criamos o Curitiba App, que é um grande agregador de todos os aplicativos e serviços da prefeitura”, explica.

Saúde Já reduz filas e passa de 6 milhões de acessos

Primeiro aplicativo em atividade nesta gestão, o Saúde Já está na quarta versão, indo para a quinta, segundo a secretária da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak. “Foi em março de 2017, quase dois anos e meio, e a gente vem crescendo, até porque nós estamos fazendo inovação dentro da inovação. As pessoas que conhecem o aplicativo falam bem. E, o principal, diminuiu a fila, sim. Para nós o melhor impacto é que diminuiu a fila. Em algumas unidades acabamos com a fila. Estamos na quarta versão e ele passou hoje ter a carteira de vacina que pode ser acessada pelo aplicativo. Quem precisa de um especialista já recebe a confirmação e já está com a guia na mão. Sem papelada, no celular. No Mãe Curitibana tem toda a carteira da gestante. Se ela tem contrações, ela já tem um caminho para a maternidade que é o mais fácil. Quando a gente começou o Mãe Curitibana, a gente pegava ela (mãe) com um ônibus para ela conhecer a maternidade. Agora, ela faz um tour virtual pela maternidade”, conta.

Desde que foi lançado, em março de 2017, o aplicativo Saúde Já Curitiba já contabiliza, até agosto de 2019, 6,6 milhões de acessos, 757 mil agendamentos realizados e 558 mil downloads. “As pessoas que não conhecem e passam a usar, falam bem. A gente vai aprendendo com as demandas da população e vimos que as pessoas de idade as vezes têm dificuldades e ‘eu posso ajudar o idoso’. Um filho, marido, sobrinho que posso vincular no aplicativo para que essa pessoa possa usar e acompanhar. A gente quer interagir hoje. Queremos ainda refinar o aplicativo “Uma que esta no forno é um alerta para pacientes que tomam medicação controlada, também de colocar a receita lá dentro do app. Para investir em qualidade de vida a gente tem que falar das condições crônicas. Estamos no setembro amarelo, e estamos vendo que o paciente em condição crônica é muito difícil (de acompanhar)”, explica ela.

Pedro Ribas/SMCS

Aplicativo Saúde Já está próximo de completar dois anos e meio

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