SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O quadro do pintor Jackson Pollock pertencente ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, que será leiloado em novembro pela Phillips, em Nova York, pode atingir um valor menor do que o esperado pela instituição carioca, que via na operação uma salvação para suas finanças em crise.

"Número 16", única tela do expressionista abstrato na América Latina, deve alcançar cerca de US$ 18 milhões (R$ 67 milhões). Quando anunciou, em março, que venderia a obra, o museu esperava arrecadar US$ 25 milhões (R$ 102 milhões). 

A ideia é que a venda ajude o museu a criar um fundo cujos rendimentos lhe permitirão se sustentar pelos próximos 30 anos, realizando melhorias de infraestrutura, pessoal e acervo. O custo anual da instituição, que é privada, é de R$ 6 milhões, bancado por empresas mantenedoras. O déficit atual é de R$ 1,5 milhão.

Esta é a primeira vez que um museu brasileiro se desfaz de uma obra de seu acervo para angariar fundos. "Número 16" data de 1950 e conta com as características tintas gotejadas do pintor americano. É uma das obras mais valiosas da coleção do MAM, atrás apenas de uma escultura de Brancusi cotada em US$ 80 milhões (R$ 298 milhões).