BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Prestes a anunciar alterações na meta fiscal deste e do próximo ano, o presidente Michel Temer se reúne neste sábado (12) com os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo Oliveira (Planejamento) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).
Apesar da reunião no fim de semana, o governo mantém a informação de que as mudanças na expectativa da meta fiscal devem ser anunciadas apenas na segunda-feira (14).
Havia uma expectativa de que o anúncio fosse feito na última semana, mas foi adiado porque o governo ainda precisa fechar os últimos detalhes sobre medidas de redução de despesas.
Após reunião na quarta-feira (9), entre Temer e seus auxiliares, o cenário traçado era o de que, diante das sucessivas frustrações de receitas, seria preciso ampliar o deficit deste ano de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões e, para o próximo ano, de R$ 129 bilhões também para R$ 159 bilhões.
A equipe econômica ainda busca novas projeções de receita para o ano que vem, pois insiste que o deficit de 2018 precisa ficar abaixo de 2017 para sinalizar ao mercado uma trajetória de controle do rombo do Orçamento. A Fazenda defende o aumento de alguns impostos para ampliar a arrecadação do ano que vem.
Pelo lado dos gastos, o governo congelará salários de servidores em 2018 para economizar R$ 9,8 bilhões. Serão atingidos professores, militares, policiais, auditores da Receita Federal, peritos do INSS, diplomatas e oficiais de chancelaria e carreiras jurídicas. Outras categorias poderão ser incluídas.
Além disso, o salário inicial de novos servidores ficará restrito a R$ 5.000 e haverá corte de benefícios como auxílio-moradia e ajuda de custo em casos de remoção.
AGENDA
O presidente também teve uma reunião, neste sábado, com os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Sergio Etchegoyen (Gabinete da Segurança Institucional).
Na sexta-feira (11), em São Paulo, Temer se reuniu com o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati (CE), para pedir o voto dos tucanos na aprovação da agenda de reformas do governo. Temer precisa do apoio de pelo menos 308 dos 513 deputados que compõem a Câmara para fazer avançar a principal bandeira de sua gestão: as mudanças no sistema previdenciário.
Com baixíssima popularidade e alvo de denúncia por corrupção passiva -barrada pela Câmara na semana passada-, Temer tenta retomar as discussões para aprovar a reforma da Previdência no Congresso e manter o apoio do mercado e do empresariado.