Alguém me pergunta a cor do verão, sem hesitar respondo: todas contidas num arco-íris e ainda as que compõem a natureza. Verão não pode ter uma nuance só. Também não tem padrão. Nos pensamos diferentes, por que nos vestiríamos igual? Não há inteligência na uniformidade, penso eu, há, perda de senso, uma falta de originalidade, uma pasteurização. Ela não é boa para a moda, por isso, prefiro dizer que todas são as cores desse verão. Sentindo intensamente o calor vem junto o impulso de arriscar muito mais no vestir. Somos forçados a nos despir, mas para isso é preciso vestir algo, não é mesmo? Pelada não dá! Mas as vitrines já viraram e tem sim uma cor que predomina, que sai do verão e entra no inverno com força. Não posso dizer que é a cor do ano. Arriscado tudo isso. A velocidade com que uma tendência cai é bem maior que a de sua chegada. Tudo se copia em um print do celular. Triste até isso. Passamos da época de maturação de ideias para a trituração e consequente putrefação delas. Nada parece real. E na realidade não é mesmo. Tudo é fabricado. Mas a gente tem que se vestir, e uma botinha cowboy vermelha nova pode alegrar aquele vestido pelado branco num dia de fashionismo. 
O jovem artista Pedro Alves trabalhou uma foto que eu fiz recentemente com esse look. Eu queria e quero trazer um pouco mais de arte e poesia para cá, afinal, a gente precisa delas para vida ficar mais leve e conseguir enxergar todas as cores contidas nela. Nem sempre é fácil, mas a gente força a barra e avança. Um som para hoje? Archives “Again”. Bisous!


Nas artes – Botas de cowboy vermelhas. Anota, compra, mistura com vestido e vai ser feliz no meio de lindos girassóis como na criação de Pedro Alves. 


Nas vitrines – A Nina Ricci lançou seu inverno 2018/19 e ele vem cheio de cores. Do roxo em vestidos longos e decotados ao clássico trench-coat* para usar em monocromia com as botas cowboy.


A cor – E o vermelho vem nas cuissardes*, nos cintos finos e nas bolsas do próximo inverno. É sem dúvida uma das cores que mais vai estar presente nessa arrancada para mais um ano que a gente vai, com esperança, bem viver.