Todo dia é nosso dia

Não se apresse em julgar as mulheres destas fotos. Se você gosta delas ou não, se as considera bonitas, interessantes, estilosas ou algo do tipo. Não importa. Elas são mulheres como qualquer outra. Tudo bem que nem todas conseguiriam segurar um look com mil pulseiras e colares e estampas e óculos como Iris Apfel, a designer e modelo norte-americana, que agora, aos 97 anos, acaba de ser contratada pela mesma agência que representa a übermodel Gisele Bündchen. Ou então de adotar um estilo tão minimalista, purista e andrógino quanto o da atriz britânica Tilda Swinton.

Elas são os opostos dentro de um universo de mulheres que podem ser o que bem quiserem. Desde que sejam felizes. A roupa, os acessórios, o corte de cabelos ou a maquiagem ajudam e muito na hora de você reforçar sua personalidade, sua origem, seu discurso. Não são só utilitários. São manifestos. Cada uma escolhe o seu conforme a necessidade, o momento, a luta. E o estilo, lembre-se, pode ser quase silencioso, comportado, comum, não há nada de errado nisso. É preciso se sentir confortável com ele.
Olha aí Nina Simone, a diva negra, cantora, pianista e ativista, que reforçava por meio da indumentária sua origem e sua beleza. Ou a cantora paraense Gaby Amarantos, que posa linda na praia de biquíni, sem se preocupar com os estereótipos. Danem-se os padrões. Viva você. Do jeito que você é e quer ser. Vestir-se e sustentar suas escolhas é, sim, uma forma de empoderamento.

P.S. Logo mais, nesta coluna, você vai ler sobre desfiles, truques de estilo, até sobre “tendências”, ainda que eu me arrepie em pronunciar/escrever esta palavra. Mas não dá para descolar a sua aparência do que você é de verdade. Para unir as duas partes, é preciso se conhecer. E a gente vai fazer isso junto, por aqui.

Reprodução/ livro Accidental Icon