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Os muros da Gávea, sede do Flamengo, amanheceram pichados neste sábado após o anúncio de que cobrará R$ 10 ao torcedor para ver a transmissão da semifinal da Taça Rio, neste domingo, às 16h. Entre as mensagens deixadas, podia-se ler ‘fora Landim ganancioso’,em referência a Rodolfo Landim, presidente do clube, e ‘o Flamengo é do povo’.

Na partida, o Flamengo enfrentará o Volta Redonda no Maracanã, em busca de vaga na final da Taça Rio – quem passar enfrentará Fluminense ou Botafogo. Se ganhar o segundo turno do Campeonato Carioca, a equipe rubro-negra será campeã antecipada, por ter vencido a Taça Guanabara e feito a melhor campanha geral. O jogo será transmitido através da plataforma MyCujoo, grátis para sócios ou com custo de R$ 10 para o torcedor ‘comum’, que precisará comprar um ‘ingresso virtual’.

A cobrança para ver a partida através da internet é parte de uma longa queda de braço entre o Flamengo e a Rede Globo. O clube não chegou a um acordo com a emissora para a transmissão dos jogos no Campeonato Carioca e, após MP do governo federal que alterou o mercado de direitos de transmissão de forma que apenas o clube mandante pudesse negociá-los, o time rubro-negro transmitiu o jogo com o Boavista em seu canal no youtube.

A Globo decidiu, então, terminar o contrato para a transmissão do Campeonato Carioca com a Ferj e os outros clubes, mas manter os pagamentos. A entidade que organiza o torneio entrou na Justiça e conseguiu uma liminar para que a partida entre Botafogo e Fluminense fosse transmitida, o que a emissora confirmou que irá fazer, embora busque derrubar a ordem judicial.

Embora tivesse apoiado o clube na decisão de transmitir o jogo contra o Boavista no Youtube, boa parte da torcida do Flamengo parece ter ficado descontente com a ideia do clube de cobrar para que o jogo contra o Volta Redonda pudesse ser visto. O canal do time no youtube perdeu 20 mil inscritos até a manhã deste sábado e postagens relacionadas ao tema nas redes sociais estão repletas de ofensas contra os dirigentes, além das próprias pichações.

Não é a primeira vez que Rodolfo Landim, presidente do clube, é alvo de protestos em 2020. Em 21 de maio, após o mandatário rubro-negro se reunir com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) para tratar da volta do futebol durante a pandemia do coronavírus, os muros da Gávea foram pichados com frases chamando Landim e o vice de relações externas do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, de fascistas, além dos dizeres ‘clube do povo’ e ‘somos democracia’.