Depois do apito final e a eliminação do Paraná Clube na Série D do Campeonato Brasileiro, episódios de violência foram registrados no estádio Manduzão, em Pouso Alegre (MG), com a Polícia Militar (PM) de Minas Gerais usando da força contra a torcida paranista. Alguns torcedores ficaram feridos e chegaram a ser recolhidos para o meio do campo de jogo, para que pudessem ser atendidos pelas equipes médicas das ambulância no estádio. Até mesmo um bebê com poucos meses de vida acabou afetado pelo uso de gás de pimenta pelas forças policiais.

Segundo o relato de torcedores, a confusão teria começado quando a torcida mandante começou a provocar os visitantes com o grito de ‘eliminado. Alguns paranistas, então, começaram a pular as grades que separavam as torcidas e a polícia interveio com o uso de bombas de efeito moral. Os torcedores que tentavam invadir o espaço da torcida adversária recuaram, mas os policiais continuaram partindo para cima dos visitantes. Algumas pessoas foram agredidas com golpes de cassetete e também foram efetuados tiros de bala de borracha e gás de pimenta contra os paranistas.

Com o uso excessivo da força, contudo, as bombas de efeito moral e o gás de pimenta acabaram afetando torcedores que nada tinham a ver com confusão. Uma das cenas mais chocantes foi a de um bebê de poucos meses de idade que estava com sua mãe nas arquibancadas e tomou gás de pimenta no rosto. Pouco depois descobriu-se que a mulher era a esposa do atacante Iacovelli, do Paraná, e que o bebê é o seu filho.

“O spray espalhou e estava difícil até de respirar”, relatou um torcedor que estava no estádio, comentando ainda que muitos paranistas acabaram passando mal e tiveram de ser atendidos dentro do campo pelas equipes médicas. A equipe da rádio Transamérica, que também estava no Manduzão, relatou ao vivo também a situação de um torcedor que chegou a desmaiar nas arquibancadas e que a polícia estaria negando atendimento médico para ele – o que acabou acontecendo algum tempo depois, após uito protesto e pedido de socorro por parte dos paranistas.