Além dos problemas físicos o período posterior ao acidente é sempre um choque de realidade. Em geral, a primeira sensação é a de alívio por estar vivo. Mas, em seguida, outras tantas se misturam. Reviver o episódio e sonhar com a batida são fatores comuns. O problema todo começa quando isso se torna crônico, e as atividades rotineiras de antes já não conseguem mais serem exercidas. Ter flashes de memória durante o dia, logo depois da batida, significa que a mente está elaborando o problema. Se essas recordações persistem e atrapalham os afazeres do paciente, pode ser que ele esteja sofrendo de estresse pós. 
Estresse pós-traumático
Quem sofre de estresse pós-traumático passa grande parte do tempo tendo sensação de medo. É um transtorno psíquico que desperta a sensação de medo e de ameaça constantes. O paciente fica imaginando que a situação que gerou o trauma possa se repetir a qualquer momento, e é comum não controlar o próprio corpo. Essas lembranças do trauma podem vir acompanhadas de náuseas, diarreia, dor de cabeça e suor nas mãos. Com o passar do tempo, o interesse nas atividades do cotidiano vai se perdendo. Cada ação – ir ao cinema, manter relações sexuais, estudar, dirigir – se torna insuportável. Falta concentração porque os flashes ocorrem com frequência.
 Amnésia lacunar
No outro extremo do trauma, estão aqueles que não conseguem lembrar de nada. A condição é chamada de amnésia lacunar, onde apenas os fatos relacionados aos acidentes são apagados. O indivíduo lembra do que ocorreu momentos antes da colusão e esquece de como tudo aconteceu, em um mecanismo de negação em decorrência do trauma. Fica uma lacuna. A exceção vale para quando a vítima entra em coma. Nesse estado, não há informação registrada no cérebro, portanto, não há o que lembrar.