O meia Nicolas de la Cruz, um dos destaques do River Plate que assegurou vaga na final da Copa Libertadores na última terça-feira, esteve na mira do Santos no ano passado. Além da qualidade técnica, outro fator que despertou o interesse santista foi um laço familiar. O meia de 22 anos é irmão do uruguaio Carlos Sánchez, um dos pilares do time alvinegro atualmente. Foi o próprio Sánchez que “esquentou” o negócio. O irmão tem vínculo até 30 de junho de 2021 com o clube argentino.

“Falo bastante com ele e digo que quero trazê-lo para jogar comigo. Ele disse que sempre existe possibilidade, que precisaria de um acordo entre os clubes, mas seria lindo jogar com ele. Nunca joguei, por que não? O sonho existe. Sempre disse que queria jogar com meu irmão, a possibilidade existe e posso jogar com ele a qualquer momento, no Santos, no Uruguai, onde seja. Conheço e sei que pode ajudar nosso time e eu poderia ajudá-lo”, disse Sánchez.

Nicolas de la Cruz fez parte da seleção uruguaia sub-20 que conquistou o Campeonato Sul-Americano em 2017 e chegou às semifinais do Mundial da categoria. O meio-campista foi titular e anotou cinco gols em 16 jogos somando as duas competições. Na partida que classificou o River Plate à final da Libertadores, a terceira nos últimos cinco anos, De La Cruz mostrou todo seu estilo, que é complementar ao do irmão santista.

Atuando como segundo atacante, ele foi a principal opção ofensiva do River diante da pressão do Boca Juniors. Ele é um jogador mais móvel e ágil, que gosta de entrar na área para finalizar bem com as duas pernas.

No ano passado, esteve na reserva e sofreu com lesões. Ele atuou em 12 partidas e marcou um gol em 2018. Nicolás chamou a atenção do River Plate após se destacar pelo Liverpool, do Uruguai, mesmo clube revelador de Carlos Sánchez. A negociação foi finalizada por R$ 11 milhões em 2017.

De La Cruz se envolveu em um episódio polêmico recentemente. Em agosto, ele foi detido pela polícia paraguaia e teve de deixar a concentração do River, que se preparava para o jogo de volta das quartas de final da Libertadores, em Assunção. Ele teve de prestar depoimentos, mas foi liberado para voltar à concentração.

De La Cruz foi chamado para explicar um episódio de três anos atrás. Tudo ocorreu no dia 14 de fevereiro de 2016, quando o Liverpool, clube que ele defendia, enfrentou o São Paulo pela Libertadores Sub-20. O jogador uruguaio foi acusado de agredir dois policiais. Dias depois, De La Cruz e outros quatro jogadores do Liverpool foram autuados, à época, por “resistência à autoridade”. No entanto, todos já estavam fora do Paraguai. Segundo a imprensa paraguaia, ele terá de pagar uma multa e voltar ao país em três meses para novos esclarecimentos.