SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – As centenas de processos contra o médico Larry Nassar, condenado por abusar sexualmente de centenas de ginastas durante décadas, vão custar caro à Universidade do Estado de Michigan, local em que ocorreu a maioria dos crimes. Nesta quarta-feira (16), os advogados chegaram a um acordo de US$ 500 milhões (mais de R$ 1,8 bilhão) de indenização para as vítimas.
O dinheiro será distribuído entre as 332 pessoas que processaram o médico e dividido em duas frentes. De acordo com John Manly, um advogado que representa parte das vítimas, US$ 425 milhões vão diretamente para as vítimas e US$ 75 milhões para futuros acusadores dos crimes de Larry Nassar, que ainda não procuraram a justiça.
O acordo bilionário foi considerado satisfatório pelos representantes das vítimas. A forma de distribuição dos mais de US$ 400 milhões, que serão destinados diretamente às vítimas, ainda não foi definida.
O estado de Michigan mostrou liderança por sua disposição em começar a fechar esse capítulo sombrio. As vítimas de Nassar nunca podem ser curadas, mas isso é um passo na direção certa, declarou Jamie White, outro advogado que representa às vítimas, em entrevista ao jornal “The Lansing State”.
A Universidade do Estado de Michigan também se mostrou satisfeita com o acordo. Conselheiro especial da faculdade, Robert Young explicou à emissora de televisão CNN que a universidade aprovou a condução do caso que se tornou um escândalo mundial.
A universidade está satisfeita por concordar em princípio de acordo que seja justo para os sobreviventes dos crimes de Nassar. Agradecemos ao trabalho árduo de ambos os lados na mediação e nos esforços do mediador, que alcançaram um resultado responsável e equitativo, declarou Young.
O acordo desta quarta só se refere à universidade. Ainda não há um acordo judicial para os processos contra a Federação Americana de Ginástica, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos e os treinadores Bela e Martha Karolyi. Parte das vítimas também acionaram a justiça contra as entidades.