Valquir Aureliano

Filho do deputado federal Boca Aberta (PROS) – que é pré-candidato à prefeitura de Londrina – o deputado estadual Boca Aberta Júnior (PROS) aproveitou a sessão de ontem da Assembleia Legislativa para desancar adversários políticos da base eleitoral de sua família, distribuindo adjetivos como “bandido travestido de político”, “vagabundos”, “covarde”, “políticos ordinários”, entre outros termos. As declarações foram dadas em comentário sobre o retorno à Câmara de Londrina de dois vereadores – Rony Alves (PTB) e Mário Takahashi (PV) – que haviam sido afastados dos cargos por determinação da Justiça, dentro da operação ZR3, que investiga um esquema de cobrança de propina de empresários para políticos e agentes públicos em troca da alteração em leis de zoneamento urbano da cidade. Ambos chegaram a responder processo de cassação na Câmara, mas foram absolvidos.

‘Bandido’
“O ex-vereador Rony Alves nada mais é do que um bandido travestido de político”, disse Boca Aberta Jr. “Agora o que pode acontecer é essa aberração desse outro vereador (Takahashi) que na época foi relator do processo de cassação do meu pai (também voltar à Câmara)”, reclamou o parlamentar. “É muito triste para a nossa cidade de Londrina ter novamente a nossa história manchada por esses incompetentes, esses vagabundos, esses políticos ordinários que estão roubando o dinheiro do povo abençoado de Londrina”, disse o deputado. Boca Aberta Jr ainda atacou um terceiro vereador, Jamil Janene (PP), que segundo ele, “nada mais nada menos que um covarde, um bandido também”.

Tarifa diferenciada
A Câmara Municipal de Curitiba aprovou ontem, em segundo turno, projeto que prevê a cobrança de tarifas mais baixas fora dos horários de pico no transporte coletivo e a adoção do “bilhete único” ou “tarifa temporal”, pelo qual o passageiro pode pegar mais de um ônibus durante determinado período, sem pagar nova passagem, e mesmo fora dos terminais. As propostas, agora, seguem para sanção do prefeito Rafael Greca (DEM), e sua implantação vai depender de regulamentação do Executivo. As mudanças podem entrar em vigor 30 dias após a sanção da publicação do Diário Oficial.

Escola sem partido
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), anunciou ontem que a Casa vai retomar, na próxima segunda-feira, a votação do polêmico projeto “escola sem partido”, que estabelece restrições a discussões sobre política, gênero, religião e sexualidade na rede estadual de ensino. Protocolada em dezembro de 2016, a proposta tem o apoio da bancada evangélica e é uma das bandeiras do grupo político do presidente Jair Bolsonaro. Ela chegou a entrar em pauta em 28 de maio último, mas foi retirado por dez sessões, por 26 votos a 22.

Mordaça
Os professores chamam a proposta de ‘lei da mordaça’, por ameaçar a liberdade de expressão e de ensino. “Vamos pautar porque esse assunto já está se arrastando na Assembleia há muito tempo e vamos por um ponto final nisso”, disse Traiano. O Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmam que a iniciativa é inconstitucional. Tanto o MP quanto a OAB já sinalizaram que se a proposta for aprovada, vão recorrer à Justiça para derrubá-la. Em junho do ano passado, a Justiça suspendeu votação de projeto semelhante na Câmara de Curitiba.