SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A empresa Vale e a Federação da Indústria do Rio de Janeiro lamentaram a morte do ex-ministro e ex-presidente da Vale Eliezer Batista, 94, confirmada na noite desta segunda-feira (18)

Eliezer era engenheiro e ocupou o ministério de Minas e Energia durante o governo João Goulart. No governo Fernando Collor de Mello, foi secretário de Assuntos Estratégicos. Também foi presidente da Vale em 1961 e 1979.

Em nota, a Vale do Rio Doce diz lamentar a morte do “primeiro empregado de carreira a ocupar o principal posto na empresa”.

“Estamos consternados. Nosso maior engenheiro, o homem que teve a visão de preparar a Vale para ser a empresa que conhecemos hoje, se foi.  Eliezer Batista, que um dia recebeu a alcunha de ‘Engenheiro do Brasil’, bem que poderia ser conhecido por: ‘o Construtor da Vale’. Sim, temos orgulho de dizer que fomos a sua principal obra”, afirmou o diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman.

Em nota, a empresa destacou que Batista foi responsável pela criação do Porto de Tubarão, no Espírito Santo, no período em que também foi Ministro de Minas e Energia, entre 1962 e 1964. “Em 1962, a Vale assinou os primeiros contratos de longo prazo com dez siderúrgicas japonesas, que previam o fornecimento de 50 milhões de toneladas de minério de ferro por um período de 15 anos. Em troca, os japoneses ajudaram a construir o Porto de Tubarão”.

A mineradora também destaca o projeto Carajás de 1979, que foi orçado em US$ 4,2 bilhões. “Graças à organização e ao senso de responsabilidade pública dos envolvidos na empreitada, todas as obras previstas -mina, ferrovia e porto, além de todo o incremento nas áreas social e de infraestrutura-custaram US$ 2,8 bilhões. Ressalte-se, tudo entregue dentro dos prazos previstos.”

O nome do engenheiro foi usado para batizar, em 2016, a primeira mina de ferro construída para operar sem caminhões: o Complexo S11D Eliezer Batista.

Também em nota, a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) disse que “o Brasil e o Rio de Janeiro devem muito a Eliezer, um dos maiores brasileiros da história”. Em 2016, Batista passou a integrar o Conselho de Eméritos da Federação, criado para debater grandes temas da indústria fluminense.