BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O ex-vice-presidente argentino Amado Boudou, 56, voltou a ser preso na tarde desta segunda-feira (18). A Justiça argentina negou que ele pudesse esperar em casa o resultado da apelação de sua sentença, ditada em dezembro de 2018, por conta do chamado escândalo Ciccone.


Boudou foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão, que agora ficou decidido que será em regime fechado. O caso envolvia o então vice-presidente de Cristina Kirchner num esquema de tráfico de influência e desvio de verbas por meio de uma gráfica que imprimia papel-moeda de pesos argentinos.


Boudou foi condenado por “manipulação dos organismos da administração pública, tráfico de influência, uso do cargo para busca por impunidade, além de desvio de verbas públicas.”


A defesa de Boudou, que continua tentando apelar alegando falta de evidências que o envolvam no escândalo, pedia que o ex-vice pudesse ficar em casa enquanto aguardava a apelação por considerar que não havia “perigo de fuga ou entorpecimento da investigação”.


Nesta segunda, a Justiça voltou a convocar Boudou, cancelou a liberação temporária realizada em 11 de dezembro e marcou para 24 de abril o julgamento da apelação final da defesa.


De dezembro até hoje, Boudou estava em casa, em Buenos Aires, usando tornozeleira eletrônica. Quando foi chamado a comparecer aos tribunais de Comodoro Py, pediu apenas que pudesse entrar pela garagem e que não fosse fotografado com algemas. Algumas imagens, porém, acabaram vazando quando ele foi transferido para o presídio.


Por outro lado, a primeira presença da ex-presidente Cristina Kirchner no banco dos réus, que aconteceria no próximo dia 26 de fevereiro, também foi adiada para 21 de maio.


Sua defesa tenta esticar o máximo possível o início de seu julgamento para que possa inscrever-se como candidata às eleições presidenciais de outubro. Dessa forma, ganharia foro privilegiado. Cristina está indiciada em 7 casos.