JULIANNE CERASOLI

LONDRES, REINO UNIDO (UOL/FOLHAPRESS) – De um lado, uma McLaren que não cresceu tanto depois da troca de motores e um mercado de pilotos sem previsões de mudanças. De outro, a chance de se tornar apenas o segundo na história a conquistar a Tríplice Coroa do automobilismo —o GP de Mônaco, as 24 Horas de Le Mans e as 500 Milhas de Indianápolis. Em meio a este cenário, Fernando Alonso está cada vez mais distante da Fórmula 1.

No último domingo (17), o espanhol conquistou, em sua primeira tentativa, a prova de Le Mans, ao lado de Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi, no que também foi a primeira vitória da Toyota no evento. Alonso, vencedor do GP de Mônaco em 2006 e 2007, já avisou que ganhar as 500 Milhas se tornou seu grande objetivo.

“Vou decidir depois do verão [europeu] o que vou fazer ano que vem, mas depois de vencer Le Mans, a Indy se tornou uma grande prioridade”, revelou Alonso, que faz 37 anos em julho. “Vamos ver se será ano que vem ou no próximo, depende do meu futuro na F-1.”

A McLaren quer manter Alonso, como já deixou claro o CEO do time, Zak Brown. “Ele ainda tem um grande desejo de competir. O calendário da F-1 é muito duro, ele já está fazendo isso há muito tempo, e está frustrado por ser mais um campeonato de construtores do que de pilotos. Então não tenho certeza se ele já se decidiu, mas estou certo de que ele vai correr com a McLaren, seja onde for.”

A equipe está estudando a entrada na Indy já na próxima temporada, algo considerado seriamente, segundo Brown, que esteve recentemente com o chefe da McLaren, Eric Boullier, e com o consultor Gil de Ferran na etapa de Detroit da categoria. Na visita, Brown disse que o que seria um retorno da marca à categoria está parecendo favorável.

Neste cenário, há duas possibilidades para Alonso: trocar novamente, como fez em 2017, o GP de Mônaco pelas 500 Milhas, ou fazer a temporada inteira da Indy a fim de ganhar mais experiência em circuitos ovais.

A vitória em Le Mans, contudo, abre uma terceira vertente: com conquistas nas duas primeiras etapas do ano, Alonso poderia tentar vencer o Mundial de Endurance com a Toyota. O espanhol está confirmado nas próximas três etapas, ainda neste ano, mas a temporada terá outras três provas, que serão realizadas em 2019.

A Tríplice Coroa desejada por Alonso é um feito extremamente raro no automobilismo: só foi conquistada por Graham Hill, cinco vezes vencedor em Mônaco nos anos 1960 e que também conquistou as 500 Milhas em 1966 e Le Mans em 1972. O britânico também foi bicampeão da Fórmula 1.