Disquetes

Que tal acessar arquivos, editar documentos, ver vídeos e fotos de qualquer lugar do mundo, como se estivesse em casa, ou ainda poder utilizar aplicativos pesados em equipamentos mais simples, não tão potentes. Isso tudo já é realidade, bastando que a pessoa tenha um navegador (como o Google Chrome, Internet Explorer ou Mozilla Firefox) e conexão com a internet para ter acesso a todas as facilidades da computação em nuvem (‘cloud computing’, em inglês).

Mas afinal, o que é computação em nuvem? O professor Érico de Araujo, especialista e coordenador de Ciência da Computação da Unopar Cascavel, no Paraná, explica tratar-se de uma espécie de servidor que armazena arquivos e serviços diversos. “Mas não se sabe onde esse servidor se encontra, por isso chamam de nuvem. Mas sempre tem lugar onde estão fixamente e fisicamente: um datacenter, grandes computadores, com grande capacidade de processamento”, diz o especialista.

O conceito de computação em nuvem, explica ainda Érico, é de origem antiga, tendo surgido no final dos anos 1960, quando os Estados Unidos ainda dava os primeiros passos na internet – à época chamada de Arpanet e que tinha como função interligar laboratórios de pesquisa.

“Eles sempre tiveram o objetivo de criar uma rede de telecomputação em escala global. Mas é a partir de 1997, 1998 que o conceito começou a ser trabalhado de maneira mais consistente e com maior facilidade para o usuário comum”, explica Érico.

Desde então, essa tecnologia já trouxe tantos impactos na vida e no comportamento que os usuários mal se lembram de como era a vida antes dela. Para salvar arquivos de computador, por exemplo, até pouco tempo se usava disquetes, com capacidade para armazenar 1,44 megabytes de arquivo. Depois ainda vieram o CD, pen drive, HD externo. Todos estão sendo substituídos pela ‘nuvem’.

Para comprar algum produto, antes se recorria a revistas, folders, pagava boleto e a empresa então mandava o produto para sua casa. Hoje basta acessar a internet para comparar valores em lojas diversas do mundo e ainda pagar tudo online, pelo cartão de crédito, para em poucos dias receber a encomenda em casa.

Outro exemplo são filmes e séries. Até pouco tempo, as opções eram ir até uma locadora pegar a mídia física ou então fazer o download da obra em sua máquina. Hoje já temos os serviços de streaming, pelos quais você assiste o filme diretamente da nuvem.

“E aí seu computador não precisa ser tão bom,pode ter menos memória e dá para usar aplicativos considerados pesados rodando na nuvem. Por que isso acontece? É que a máquina do usuário não interfere na qualidade do serviço na nuvem. Toda infraestrutura, computador, aplicativos, é a empresa que está fornecendo o serviço quem se responsabiliza por isso. Por isso não precisa de máquina com processamento alto, só precisa de internet de boa qualidade”, explica o professor da Unopar.

O que o futuro nos reserva

Segundo o especialista, a computação na nuvem é um caminho sem volta, uma vez que a tecnologia reduziu ou eliminou totalmente os custos com a compra de hardwares e softwares, conferiu agilidade ao processamento de dados e ajudou a criar negócios disruptivos. A questão, então, passa a ser qual será o futuro da tecnologia.

“O que vai acontecer é que, desde o sistema operacional a toda a tecnologia no seu computador, ficará tudo na nuvem. Não vai mais precisar ter um computador em casa, só um equipamento para acessar a nuvem, como o smartphone. Não vai precisar de aplicativo no computador, há sistemas que rodam diretamente da nuvem”, vislumbra Érico de Araujo, especialista e coordenador de Ciência da Computação da Unopar Cascavel.

Outro aspecto abordado pelo especialista é o dos cursos EAD (ensino à distância), cada vez mais comuns e numerosos. “Só na Unopar já oferecemos mais de 60 cursos que podem ser acessados via computação na nuvem. Então isso vem para promover a democratização do ensino, levando educação de qualidade aos mais longínquos lugares do Brasil.