As vendas de eletrodomésticos subiram em 18,5%, puxadas pelas vendas de televisores, que aumentaram em 30,3% no primeiro semestre de 2017 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos. Confira orientações para fazer uma boa compra, segundo Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).
Eletrodomésticos e eletroeletrônicos são itens importantes para o brasileiro, que neste ano vem consumido mais. Antes de ir às comprar, é importante traçar um planejamento financeiro, analisar as formas de pagamento e pesquisar as melhores opções no mercado que caibam no bolso da família, orienta Domingos.
Domingos lembra que o que leva as pessoas ao endividamento e à inadimplência é gastar mais do que se ganha. Contudo, atrás dessa ação existem diversos fatores que levam ao comportamento de descontrole financeiro.
Alguns podem creditar o endividamento das famílias à crise, mas existem outros fatores que geram essa situação. A alta de educação financeira faz com que as pessoas não conheçam a importância do dinheiro e as formas corretas de utilizá-lo, então, ficam a um passo das dívidas. “Isso acontece com a maior parte da população, pois nem os pais e nem as escolas ensinam isso para as crianças e adolescentes e depois que crescem, ficam expostos a sociedade de consumo, na qual esse tipo de informação não é interessante”, diz Domingos.
Outro fator é a falta de planejamento. “As pessoas não sabem para onde vai o dinheiro que recebem e não possuem controle. Isso é reflexo direto do pecado anterior, as pessoas ganham e gastam sem controle nenhum ou com um controle superficial, não se dando conta que o descontrole financeiro não acontece nos grandes gastos, mas sim nos pequenos”, diz.
A suscetibilidade às ferramentas de marketing e publicidade faz com que as pessoas comprem o que elas não precisam. “Isso acontece diariamente por meio de ações expostas na televisão, nas ruas, no trabalho. As mensagens são muitas e as pessoas passam a acreditar que parte do que é oferecido é realmente necessário”, conta.
O caminho para evitar esse problema é não comprar por impulso; o ideal é se questionar se realmente precisa desse produto, qual a função que terá em sua vida, etc. “Também é interessante deixar a compra para outro dia, quando terá refletido sobre se quer realmente o produto”, finaliza.

Orientações para boas compras

1 Questione-se antes de comprar
Pergunte a si mesmo: Eu realmente preciso disto?”, “Estou comprando por necessidade ou movido por outro sentimento, como carência, baixa autoestima ou influência de terceiros?”. Assim evitará comprar algo supérfluo, que já tem, ou que será pouco utilizado;

2 Saiba se pode pagar
Antes de comprar, veja de quanto dispõe efetivamente para gastar e se tem condições de comprar à vista;

3 Poupe primeiro, compre depois
Crie o hábito de guardar dinheiro antes de gastar. Pagando à vista, conseguirá preços melhores por conta dos descontos;

4 Cuidado com parcelamentos
Se optar por parcelamento, veja se tem o dinheiro para arcar com as parcelas caso ocorra algum imprevisto que envolva as finanças;

5 Use crédito com consciência
Não considere o limite do cartão de crédito e do cheque especial como parte de sua renda. Lembre que são formas de comprar algo agora e pagar com juros depois;

6 Faça pesquisas
Pesquise preços, marcas e modelos em pelo menos três lojas, tanto físicas quanto virtuais. Pode ser que consiga melhores condições online do que negociando com vendedores;

7 Peça indicações
Antes de comprar um eletrodoméstico ou eletroeletrônico, veja se algum conhecido indica marca ou modelo que confie. Procure saber, na internet, as avaliações que os consumidores estão fazendo do produto desejado. Assim evitará gastar seus recursos com algo que não tem qualidade.