CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Em tempos de fechamento de fábricas e duras negociações sindicais na indústria automotiva, a Volkswagen anunciou nesta terça-feira (19) a retomada do segundo turno na planta de São José dos Pinhais (PR), na expectativa pelas vendas de seu novo SUV, o T-Cross. 


O veículo, a ser produzido no local, deve ser exportado a 50 países, incluindo os mercados asiático e africano. 


Em entrevista à imprensa, o presidente da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, não quis comentar a situação de rivais como a GM e a Ford, que anunciaram fechamento de fábricas e ameaçam suspender parte das operações no Brasil. 


Mas afirmou que “cada um joga o seu jogo, e tem o que merece”. 


“Nós não desejamos a liderança a qualquer custo. O portfólio tem que ser abrangente, em segmentos rentáveis e com preço competitivo para o consumidor. Se eu fico vendendo carros populares e perdendo dinheiro, é claro que o acionista não vai ter retorno”, afirmou. 


A Volks cresceu 35% no Brasil no ano passado -mais que o dobro do desempenho do setor, que atingiu 14,6%. 


Em abril, a planta de São José dos Pinhais deve iniciar a produção em segundo turno, com a readmissão de 500 empregados que estavam em regime de layoff. No total, a fábrica emprega 2.600 pessoas.


O principal motivo é a produção do T-Cross, que chegará ao mercado brasileiro em abril.


“Essa fábrica, no ano passado, produziu durante 147 dias. O resto, parado. Esse ano, vamos produzir 252 dias”, comentou Di Si.


A Volks já informou que espera voltar a lucrar com a operação brasileira neste ano. Nos dois últimos anos, a empresa fez um investimento de R$ 7 bilhões no país.


A companhia ainda negocia novos aportes, que não foram revelados pelo executivo e não têm data para serem anunciados.


“Eu não estou com pressa: é preciso me assegurar de que a Volks será sustentável no futuro”, disse.