Luiz costa/SMCS

Há bastante tempo os zoológicos já não são locais apenas de exposição de animais. E o Zoológico de Curitiba, que fica no Alto Boqueirão, deu mais um passo ao longo deste ano para se consolidar como um importante centro de educação ambiental e manutenção da fauna brasileira.

O local, que já mantém uma série de programas de reprodução de espécies ameaçadas, agora integra grupos nacionais de trabalho por meio de um Termo de Cooperação Técnica entre a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Ministério do Meio Ambiente (MMA).

“A interface com os órgãos federais do meio ambiente, proporcionada pela Associação, potencializa nossa conduta de trabalhar em prol da conservação de espécies em risco de extinção”, diz o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Edson Evaristo, que destaca a integração das instituições neste objetivo.

Das 25 espécies ameaçadas inseridas no documento, Curitiba mantém oito. Além de entrar como signatário do documento, o Zoo indicou profissionais para integrar os grupos de cada uma delas: muriqui-do-sul; mico-leão-da-cara-dourada; macaco-aranha-da-testa-branca; tamanduá-bandeira; onça-pintada; lobo-guará; jacutinga; e ararajuba.

Entre as oito espécies, muriquis, jacutingas e ararajubas já contam com trabalhos de reprodução ex-situ (fora da natureza) no Zoo. “Já tivemos também no passado sucesso com nascimentos de lobo-guará, onça-pintada e tamanduá-bandeira”, conta o diretor.

“Além de focar a atenção para cada indivíduo sob nossos cuidados, buscamos planejar as estratégias de manejo para que auxiliem na reprodução e também na manutenção da diversidade genética, garantindo assim populações de segurança para participarem de projetos de conservação”, explica Oneida Lacerda, Médica Veterinária chefe da Divisão de Zoológico de Curitiba.

Atuação

O programa consiste em reuniões periódicas com técnicos do Brasil inteiro, planejamento conjunto de ações em prol da conservação das espécies-alvo, estabelecimento de planos de manejo estratégicos que fomentem o bem-estar animal e a reprodução dos animais trabalhados (protocolos técnicos de alimentação e nutrição, ambiência e de reprodução), bem como deliberações conjuntas sobre remanejamentos dos animais dos planteis com o foco em conservação.

Parceria

O termo começou a ser desenhado ainda em julho deste ano, durante o I Encontro Técnico AZAB-ICMBIO-MMA, que aconteceu em São Paulo.